15.4.21

Palavra de Honra | É a inquietude que nos desafia, encoraja, transforma e nos faz querer

in Jornal de Leiria

Já não há paciência... para tanto discurso politicamente correto, muitas das vezes enleado em palavras que não encontram correspondência na prática diária. Obviamente, que também me incluo nesta crítica e, por essa razão, é também uma autocrítica, consciente. Às vezes, também não tenho paciência para mim própria.

Detesto... dizer detesto. Talvez por isso não goste de fundamentalismos, populismos, moralismos, machismos e grande parte das palavras terminadas em ismos… detesto-os!

A ideia... da liberdade conquistada ser colocada em causa, assusta. Defendo acerrimamente o regime democrático em que nasci, emboram reconheça que há ainda um longo caminho a construir colectivamente, e assustam-me os saudosistas que teimam em recuperar regimes ditatoriais…

Questiono-me se... alguma vez conseguiremos viver numa sociedade mais humana e inclusiva? Ingenuamente, desejámos que a pandemia pudesse ser uma espécie de milagre humanista do século XXI, mas…

Adoro... a simplicidade das coisas; das pessoas; o mergulhar no imaginário infantil com os meus filhos.

Lembro-me tantas vezes... de uma memória de pré adolescente, diversas vezes repetida, da quase incontinência provocada pelas absurdas situações vividas por mim e pela minha melhor amiga na altura, e que nos lançavam em gargalhadas durante tardes inteiras. De como momentos simples se podem eternizar nas nossas memórias.

Desejo secretamente... caramba, é secreto, não digo.

Tenho saudades... da ingenuidade de criança.

O medo que tive... do Trump voltar a ganhar as eleições americanas. O medo que tive das pessoas que votaram no Trump. Do significado desta eleição em termos mundiais. O medo que tenho que as mesmas e mais pessoas possam voltar a votar no Trump. No fundo, o medo que tenho de não conseguirmos aprender nada ou muito pouco com o pior que se passou historicamente.

Sinto vergonha alheia... por termos tantos recursos a nível mundial, tão desigual e hipocritamente distribuídos, e com os quais fazemos tão pouco pela humanidade.

O futuro... somos nós que o criamos, individual e colectivamente, no presente. Se fosse o meu pai a responder diria “a Deus pertence”. Tenho uma visão mais proactiva e menos espiritual da coisa. Vá, pai, sei que agora acabei de te resgatar um sorriso com esta resposta e que me vais contrapor.

Se eu encontrar... aquele sossego, numa corrente mais espiritual também conhecida por paz interior. É a inquietude que nos desafia, encoraja, transforma e nos faz querer, finalmente, encontrar essa quietude que tarda sempre em chegar.

Prometo... reagir com bom humor mesmo em contextos adversos. Acredito no poder do humor em todas as áreas da nossa vida, como factor de desbloqueio e facilitação, sobretudo na área profissional. Embora também saiba que é levado pouco a sério… mas não devia!

Tenho orgulho... dos meus super heróis predilectos: a minha mãe e o meu pai, pelos seus super poderes da simplicidade e generosidade, num contexto que foi, quase sempre, de grande adversidade. Dos meus filhos, pelos super poderes de me demonstrarem e de me fazerem sentir que, com eles, o amor é eterno! Com eles mantenho- me à tona da água e, de vez em quando, vou um pouco mais além.