in Jornal de Notícias
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, transmitiu ao homólogo alemão, Horst Köhler, a abertura das autoridades portuguesas para apoiar a reestruturação da Qimonda, mas alertou para a necessidade eo "algum envolvimento" dos alemães.
"As autoridades portuguesas estão muito abertas para apoiar a sua reestruturação, mas é também necessário algum envolvimento das autoridades alemãs", afirmou Cavaco Silva, numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente alemão, Horst Köhler, no Palácio de Bellevue, em Berlim.
O chefe de Estado português, que respondia a uma pergunta do jornalista alemão sobre se o caso da Qimonda foi abordado no encontro com presidente alemão, adiantou, contudo, que trocou breves impressões com Horst Köhler sobre a situação da empresa.
Porém, acrescentou, os membros do Governo que integram a comitiva presidencial irão também abordar o problema com as autoridades alemãs.
Cavaco Silva lembrou ainda que existem várias empresas alemãs instaladas em Portugal, "em geral casos de sucesso", como a Siemens, a Bosch e a Continental.
A Qimonda emprega 12 mil trabalhadores a nível mundial, cerca de 1.700 dos quais em Vila do Conde, onde é ultimada a produção de "chips" que tem início na fábrica-mãe, em Dresden.
O plano de financiamento da empresa apresentado em finais de Dezembro, no valor de 325 milhões de Euros, foi considerado insuficiente, um mês depois, para fazer face aos compromissos da Qimonda, devido ao agravamento das condições do mercado de semi-condutores, dominado por fabricantes asiáticos.
O governo português tinha-se comprometido a contribuir para o referido plano de financiamento com 100 milhões de euros, através de um empréstimo de um grupo bancário liderado pela Caixa geral de Depósitos.
Na segunda-feira, o empresário Paulo Tomás, que se assume como "representante da parceria luso-alemã" interessada na aquisição da Qimonda de Vila do Conde, emitiu um comunicado em que defende que "o projecto tem credibilidade".
Em mensagem enviada à Agência Lusa, João Paulo Tomás adianta ter existido um contacto com o gabinete do ministro da Economia, Manuel Pinho, "para uma entrevista na próxima semana" em dia que "ainda não está definido".
Na passada sexta-feira, o empresário Paulo Tomás confirmara à agência Lusa o interesse na criação de um consórcio luso-alemão para aquisição da fábrica Qimonda de Vila do Conde, que disse representar, e que inclui a Apasolar.
No entanto, na segunda-feira, a Apasolar admitiu à Lusa que não tem capacidade financeira nem dimensão para adquirir a unidade portuguesa.
Por sua vez, o ministro da Economia afirmou desconhecer qualquer proposta "credível" para a compra da unidade de Vila do Conde da Qimonda.


