Amnistia Internacional pede presença de Cavaco Silva em seminário

Destak/Lusa, in Destak

A direção da Amnistia Internacional - Portugal reuniu-se hoje com o Presidente da República e solicitou a sua presença num seminário internacional sobre Direitos das Crianças a realizar a 19 de novembro no Porto.

Falando à saída da audiência, no Palácio de Belém, a presidente da direção da Secção Portuguesa da Amnistia Internacional (AI), Lucília-José Justino, afirmou ter percebido da audiência com Cavaco Silva que "o senhor Presidente foi muito sensível ao convite".

"É um tema que nós já sabíamos que lhe era caro, agora estamos muito esperançados que consiga, apesar da sua agenda preenchida, fazer o encerramento do nosso seminário", afirmou.

O Presidente da República já garantiu o seu patrocínio à iniciativa.

"Fizemos a contextualização de outros aspetos da organização, já que comemoramos este ano os 50 anos da Amnistia Internacional e os 30 anos da Secção Portuguesa, foi uma oportunidade de estar com o senhor Presidente na ocasião deste aniversário", disse a presidente da AI - Portugal, Lucília-José Justino.

Na audiência, pedida pela Secção Portuguesa da Amnistia Internacional, foram abordadas várias questões relacionadas com os direitos das crianças.

O seminário, a realizar no Porto a 19 de novembro, vai contar com a participação de especialistas do Conselho da Europa, das Nações Unidas, de várias organizações internacionais que tratam dos direitos humanos e da criança, da UNICEF, da Comissão Nacional de Proteção de Jovens e Crianças em Risco, do Ministério da Educação e da Ordem dos Advogados, entre outras.

"Queremos envolver toda a sociedade nesta questão crucial que é preocupante, que é grave, que afeta uma faixa muito significativa das crianças portuguesas. Se nada se fizer, o panorama não é favorável", afirmou aos jornalistas Manuel Almeida dos Santos, coordenador do Co-grupo sobre os Direitos das Crianças da Amnistia Internacional.

A situação de "dezenas de milhares de crianças em situação de risco, os fatores de negligência, a exposição a modelos de comportamento desviante, os maus tratos físicos, os maus tratos psicológicos" constituem uma grande preocupação para a Amnistia Internacional, que quer colocar o tema na agenda mediática.

Para o coordenador da AI, a sociedade deve ser "chamada a corrigir os seus comportamentos, para que as crianças tenham aquilo a que têm direito, que os seus direitos sejam respeitados".

A influência que a crise económica que atinge Portugal pode ter nas crianças foi também um dos temas abordados na audiência com Aníbal Cavaco Silva.

"A nossa perspetiva é que este ambiente é propiciador do agravamento da situação das crianças. Por isso mesmo, vamos desenvolver um conjunto de ações para sensibilizar a opinião pública para que se proceda às correções que temos de fazer", afirmou Manuel Almeida dos Santos.