Por: João Saramago, in Correio da Manhã
Rendimento mínimo adequado implica 130 euros, direito a habitação e medicamentos
A criação de um rendimento mínimo adequado que estabeleça 130 euros por pessoa, para além do direito a habitação, medicamentos e outra necessidades, é um dos objetivos definidos no V Fórum Nacional com Pessoas em Situação de Pobreza e Exclusão Social. A iniciativa decorre na Costa da Caparica, em Almada, e reúne cerca de 80 pessoas carenciadas, provenientes de todos os distritos do Continente.
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal, padre Jardim Moreira, sublinha que "é necessário trabalhar para enterrar o mito que os pobres são pobres porque não querem trabalhar".
"É errado. Há uma larga franja dos dois milhões de pobres, em Portugal, que trabalham e recebem os seus salários mas estes são tão baixos que para viverem têm de recorrer a apoios como o Banco Alimentar", sustentou o padre nas paróquias de São Nicolau e Nossa Senhora da Vitória, no Porto.
Por sua vez, o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, Sérgio Aires, sublinha que há hoje um retrocesso na Comissão Europeia face ao apoio aos pobres.
"Exemplo disso", sublinha, "é estarem suspensas, em Bruxelas, as reuniões entre os representantes das redes dos 27 países".