Texto Francisco Pedro, in Fátima Missionária
O maior acampamento de ciganos da cidade de Marselha, no sul de França, foi destruído pelas autoridades. O despejo deixou revoltados os defensores dos direitos humanos
Dando cumprimento a uma decisão judicial, proferida há três meses, as autoridades francesas desmantelaram o maior acampamento de ciganos da cidade de Marselha, onde chegaram a viver perto de 400 pessoas. A destruição das habitações improvisadas, com o recurso a retroescavadoras, causou indignação aos responsáveis da Liga de Direitos Humanos local.
«Os poderes públicos continuam a tratar o problema dos ciganos de forma violenta, discriminatória e sem respeito pelos direitos fundamentais. Os ciganos desalojados vão engrossar a população de outros acampamentos selvagens de Marselha, tornando as suas condições de vida ainda mais sórdidas», lamentou o vice-presidente da Liga, Jean-Claude Aparício.
Segundo a Amnistia Internacional (AI), vivem no departamento Bouches-du-Rhône perto de 2.000 ciganos, dos quais 1.500 estão concentrados em Marselha. Calcula-se que 20 mil ciganos oriundos da Bulgária e da Roménia vivam atualmente em 400 acampamentos espalhados pelo território francês. A maioria continua a ser vítima de expulsões que violam o direito internacional em matéria de Direitos Humanos, de acordo com a AI.