por Sandra Afonso, in RR
Em média, as empresas ficam mais de quatro meses e meio à espera do pagamento das facturas. Só em 2012 ficaram por pagar em Portugal quase seis mil milhões de euros.
Cerca de 14 mil pessoas perdem anualmente o emprego em Portugal, devido aos atrasos nos pagamentos às empresas. A conclusão é de um estudo da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) com a Augusto Mateus e Associados, que vai ser apresentado esta quarta-feira, em Lisboa.
Em média, as empresas ficam mais de quatro meses e meio à espera do pagamento das facturas. Os clientes já negoceiam um prazo alargado de pagamento, mas nem este é cumprido.
A Intrum Justitia, uma empresa de serviços de gestão e cobrança, aponta para uma derrapagem de mais de dez semanas.
Em Portugal, este é um problema que afecta muitas famílias. Entre 2006 e 2011, os atrasos nos pagamentos aumentaram 12 dias, o que se reflectiu nas empresas. Por ano, perderam-se 14 mil postos de trabalho, de acordo com as contas da Augusto Mateus e Associados.
Só em 2012, ficaram por pagar em Portugal quase seis mil milhões de euros, facturas que dificilmente são liquidadas mais tarde e cujo valor ultrapassa, por exemplo, o da a austeridade exigida no Orçamento do Estado para o próximo ano.
Desde Julho que Portugal transpôs uma directiva comunitária que torna obrigatório o pagamento até 60 dias. Se todos cumprissem, podiam ser gerados 120 mil novos empregos e a produção contaria com um aumento de 22 mil milhões de euros brutos.
Com o objectivo de caminhar para este resultado, a ACEGE renova o apelo aos empresários para que subscrevam o Compromisso Pagamento Pontual, lançado em 2010. Os signatários comprometem-se publicamente a cumprir a nova legislação e a promoverem a adesão das organizações que lideram, assim como restantes empresas e Estado.