30.10.13

Meios-bilhetes nos transportes vão mesmo acabar em todo o país

in RR

Secretário de Estado dos Transportes garante ainda que, com a privatização dos transportes, os concessionários não podem aumentar as tarifas acima da inflação.

O Governo quer acabar com os chamados "meios-bilhetes", descontos de 50% para idosos e crianças até aos 12 anos, que ainda existem na CP e na Rede Nacional de Expresso. Por outro lado, o Executivo pretende alargar os passes sociais +, que já existem em Lisboa e no Porto e que se destinam aos agregados familiares "que comprovadamente aufiram rendimentos reduzidos" e que "por essa via irão beneficiar de um valor bonificado na aquisição" dos bilhetes.

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, afirma à Renascença que a decisão já está tomada e que apenas falta aplicá-la no terreno. A decisão apenas vai ser colocada em prática quando for possível disseminar o passe social por todo o país, cujos descontos podem chegar aos 60%.

O governante garante ainda à Renascença que a privatização das várias redes de transportes não vai conduzir a um aumento das tarifas e que tal obrigação de certeza tarifária ficará estabelecida em contrato. O secretário de Estado refere que o preço dos bilhetes não pode aumentar mais do que a inflação anual.

A qualidade e regularidade do serviço "também não serão afectadas" com as privatizações, sustenta Sérgio Monteiro, porque os concessionários ficarão obrigados a percorrer rotas e um número de quilómetros fixos, sujeitos a alterações por recomendação das câmaras e do Governo. Isto vai suceder anualmente ou de dois em dois anos.

O secretário de Estado esteve na Renascença para falar do sector dos transportes, que se prepara para avançar para 15 dias de greves. Sérgio Monteiro diz que não quer entrar em guerras de números com os sindicatos, nem sobre os custos directos nem sobre a adesão, mas argumenta que os trabalhadores não compreendam que estas formas de luta são contraproducentes.

"O custo directo é relevante, mas preocupa-me mais o indirecto, que é a perca de passageiros. Está visto, de outros meses, que as pessoas, depois das greves, não querem comprar o passe porque temem que o serviço não esteja disponível 30 dias por mês."