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Portugal perdeu no ano passado mais de 55 mil habitantes, mantendo-se a tendência decrescente no número de nascimentos, casamentos e divórcios, enquanto o número de mortes aumentou, segundo as estatísticas demográficas do INE divulgadas hoje.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Dezembro de 2012, a população residente em Portugal estimava-se em 10.487.289 pessoas, menos 55.109 pessoas do que na mesma data no ano anterior.
Estes dados traduzem, segundo o INE, o acentuar "da quebra populacional" em Portugal.
O número de nascimentos foi de 89.841, menos 7,2 por cento do que em 2011 (96.856), descendo, pela primeira vez desde que há registos, abaixo de 90 mil.
A taxa de fecundidade passou para 1,28 filhos (1,35 em 2011), atingindo o valor mais baixo de sempre.
A idade média da mulher ao nascimento do primeiro filho foi de 29,5 anos (29,2 anos em 2011), mantendo-se a tendência de adiamento da idade à maternidade, segundo o INE.
Nos casamentos mantém-se igualmente a tendência decrescente e os divórcios registaram uma quebra pelo segundo ano consecutivo.
Em 2012, realizaram-se 34.423 casamentos (menos 1.612 do que os realizados em 2011), dos quais 324 entre pessoas do mesmo sexo.
A idade média do casamento continuou a aumentar, situando-se em 34,7 anos para os homens e 32,3 anos para as mulheres (34,6 anos e 32,0 anos, respectivamente, em 2011).
O número de divórcios de casais residentes em território nacional decretados em Portugal foi de 25.380, menos 1.371 que em 2011
O número de mortes aumentou 4,6 por cento, passando de 102.848 em 2011 para 107.612 em 2012.
Da totalidade de óbitos, 68,8 por cento ocorreram em pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos (66,8 por cento em 2011).
A taxa bruta de mortalidade passou de 9,7 óbitos por mil habitantes, em 2011, para 10,2 óbitos por mil habitantes, em 2012 e a taxa de mortalidade infantil foi de 3,4 óbitos por mil nados vivos, subindo ligeiramente face a 2011 (3,1 óbitos por mil nados vivos).
A tendência de envelhecimento demográfico manteve-se com a redução do peso da população jovem (de 14,9 por cento em 2011 para 14,8 por cento em 2012) e da população em idade activa (de 66,0 por cento em 2011 para 65,8 por cento em 2012), e ainda com o aumento da proporção de pessoas idosas (de 19,0 por cento em 2011 para 19,4 por cento em 2012).
"Este comportamento reflecte a descida continuada da natalidade, o aumento da longevidade e, mais recentemente, o crescimento dos fluxos emigratórios", adianta o INE, que estima que tenham saído do país em 2012 51.958 emigrantes permanentes e 69.460 emigrantes temporários (pessoas que saem do país por períodos inferiores a um ano).
O número de imigrantes permanentes foi de 14.606, agravando o saldo migratório negativo de Portugal.
Lusa/SOL