1.9.14

Portugal entre os cinco países da UE com maior descida no desemprego

Ana Rute Silva, n Público on-line

Taxa de desemprego baixou de 16,3% para 14% num ano, valor que não era atingindo desde Novembro de 2011.

Portugal foi um dos cinco países da União Europeia a registar a maior descida na taxa de desemprego em Julho. Há um ano, no mesmo mês, o desemprego situava-se nos 16,3%. Agora está nos 14%, valor que não era atingido desde Novembro de 2011.

Os dados do Eurostat, divulgados nesta sexta-feira, mostram que a par de Portugal, também a Hungria, a Croácia, a Espanha e a Irlanda conseguiram as maiores descidas em Julho. Em Espanha, a taxa de desemprego reduziu de 26,2% para 24,5% mas o país vizinho continua a ter o segundo nível mais elevado de desemprego na Europa, depois da Grécia (com 27,3%). Finlândia, Itália e Luxemburgo foram os únicos países a registar aumentos no mês de Julho. Alemanha, Áustria têm a taxa mais reduzida (ambos com 4,9%).

Nos 28 estados membros a taxa situou-se nos 10,2% em Julho, estabilizando em comparação com o mês anterior, mas caindo face ao período homólogo (10,9%). Na zona euro, a taxa atingiu os 11,5%, mantendo a tendência de descida. O gabinete de estatísticas da União Europa estima que 24,8 milhões de homens e mulheres estejam no desemprego, 18,4 milhões dos quais na zona euro.

O desemprego continua a afectar de forma expressiva os mais jovens. Em Portugal a taxa situou-se nos 35,5% e foi menor do que a registada há um ano (37,6%). Em termos globais, a taxa de desemprego jovem situa-se nos 21,7% nos 28 países da UE, com Espanha, Itália e Portugal a registaram os níveis mais elevados. Em toda a Europa há mais de cinco milhões de jovens no desemprego, 3,3 milhões dos quais na zona euro.

Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, traçou ontem as previsões do Governo para o desemprego, revendo em baixa os números. Este ano, a taxa deverá situar-se nos 14,2%, em vez dos 15,4% inicialmente estimados no Orçamento do Estado. Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, acredita que a "trajectória do desemprego está a ir no caminho certo" e que a descida referida nos dados do Eurostat é "consolidada".

"Estes dados são muito importantes porque são os únicos que corrigem o efeito da sazonalidade", afirmou em declarações à agência Lusa, salientando que as séries do gabinete oficial de estatísticas da UE "não têm em conta a geração de empregos ligada ao turismo e às atividades de verão e, por isso, são ainda mais relevantes". "É uma boa notícia para os 125 mil portugueses que no último ano saíram do desemprego e um sinal de esperança para quem está no desemprego", disse.