Decorreu esta sexta-feira, 4 de dezembro, entre as 11h15 e as 12h45, a já habitual cerimónia do Santander Universidades para assinalar o Dia Internacional do Voluntariado. Só que, em ano de pandemia, tudo foi diferente: o evento foi virtual, antecipou-se um dia (para fugir ao sábado, verdadeira data da efeméride, mas em que o país parece fechar-se a partir das 13h) e os já usuais Prémios (anuais) de Voluntariado Universitário Santander foram substituídos por uma homenagem a projetos de resposta à Covid-19 premiados pelo banco e pelo lançamento da "U.Porto Santander Inspira-te".
Entre as várias personalidades participantes na cerimónia esteve o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e o CEO do Banco Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida.
"Este Dia do Voluntariado tem uma importância única em 2020, por isso estamos aqui para dar o devido destaque a todos os que se empenharam em tornar este ano menos penoso para os mais vulneráveis perante a pandemia de Covid-19", disse Pedro Castro e Almeida, no seu discurso de boas-vindas.
Afirmando o "estatuto de banca responsável" do seu banco, o CEO disse que, com a propagação do coronavírus, se lhe exigia "solidariedade e prontidão" e que, entre outros passos, logo se virou para universidades suas parceiras oferecendo ajuda, o que levou à criação de um programa de emergência de auxílio à comunidade académica.
"Para realizar este programa, o Banco Santander e 38 Instituições de Ensino Superior suas parceiras concordaram em reatribuir entre 30 e 60% das verbas previstas nos contratos de mecenato para 2020, para combater a crise pandémica e suas consequências sociais", disse Castro e Almeida. Feitas as contas, "o apoio deste banco superou os 2,2 milhões de euros para esta ação imediata no apoio ao arranque de projetos solidários por todo o país", avançou.
Entre os jovens, o voluntariado é uma forma de educação em responsabilidade social. Uma conclusão a que se chegou no evento realizado hoje pelo Santander Universidades e a U.Porto
Foi na a sequência deste processo que surgiu o Prémio Santander Uni.Covid-19, com o objetivo de distinguir e apoiar projetos que contribuem para responder à situação de emergência provocada pelo coronavírus. Projetos estes que foram depois homenageados.
Durante a cerimónia, alguns premiados apresentaram os seus projetos e descreveram os passos já dados para a sua concretização. Entre eles, figurou o Street Store, projeto da Associação Académica de Coimbra com o fim de apoiar os sem-abrigo da cidade com recolha e doação de vestuário, alimentos e kits de proteção. Outro dos projetos apresentados foi o Com Ânimo, Sem Pânico, em que alunos do Instituto Superior Técnico criaram uma plataforma e fizeram o "matching" entre universitários e alunos de secundário para os ajudar a preparar para os exames nacionais, nesta época de choque e perturbação psicológica.
Explicados foram também o Minho-Covid19, o Janela ConVida e, durante o debate que se seguiu intervieram, além dos primeiros, elementos do ZELAR@CB - Zelar pelos idosos isolados em espaços rurais e do U.Dream.
"Hoje é o dia de relembrar os premiados do Prémio Uni.Covid-19 e destacar o empenho voluntário e solidário que tornaram e tornam menos difícil atravessar este tempo de turbulência a milhares de pessoas", concluiu o CEO do Santander.
"Hoje é o dia de relembrar os premiados do Prémio Uni.Covid-19 e destacar o empenho voluntário e solidário que tornaram e tornam menos difícil atravessar este tempo de turbulência", Pedro Castro e Almeida, CEO Santander Portugal
No evento interveio também Sofia Menezes Frère, diretora geral do Santander Universidades, que foi dando palavra a cada um dos elementos de cada projeto participante. Depois da apresentação dos diversos projetos Uni-Covid.19 premiados, a responsável falou da nova iniciativa, um curso de formação online para ensinar a criar projetos solidários e de voluntariado. "Desafiámos os voluntários com a frase: 'Tira as tuas ideias de quarentena'. A recetividade e participação de 315 candidaturas em pouco tempo foi, em si, um prémio", afirmou Sofia Menezes Frère.
"As candidaturas chegaram de 45 Instituições de Ensino Superior diferentes, 87 se considerarmos faculdades e ainda recebemos 11 candidaturas sem ligação a universidades. Chegaram de 19 distritos do continente, Açores e Madeira", concretizou a diretora do Santander Universidades.
Inês Oom de Sousa, administradora executiva do Santander, também participou no evento para falar dos desafios que aguardam o banco em 2021, que mais uma vez, afirmou, assentam sobretudo em dar continuidade a uma estratégia assente em três eixos: educação, empreendedorismo e empregabilidade.
Antes disso, Inês Oom de Sousa aproveitou a oportunidade para partilhar um projeto solidário do banco ligado à situação pandémica, em que ela própria e todos os colaboradores do banco participaram. O "Aqui e Agora" começou por ser uma iniciativa virada para o contacto com os 75.000 clientes do Santander com mais de 65 anos, com o objetivo de os ajudar com os pagamentos digitais e a gestão das suas contas e responsabilidades financeiras online. Mas acabou por se tornar muito mais vasto, contou a administradora, incluindo ajudas com as compras de supermercado e de noutras vertentes da sociedade digital.
Voluntariado é uma forma de educação
A Manuel Heitor, ministro da Ciência e Tecnologia coube inaugurar a sessão do evento. No seu discurso salientou a importante diversidade dos projetos premiados. "Este concurso é importante no momento que vivemos sem precedentes em Portugal, na Europa e no Mundo em que a solidariedade das IES para com os mais vulneráveis tem um impacto de relevo", disse o ministro.
Mas não só. "Mais de metade dos jovens em residência no país estão no ensino superior", frisou o ministro, acrescentando: "A educação aprende-se com estes movimentos de solidariedade". Questões como a solidariedade, a generosidade e o espírito de equipar "aprendem-se dentro da sala de aula, aprendem-se a conviver, mas também no envolvimento com os mais vulneráveis", afirmou Manuel Heitor.
A comemoração desde Dia do Voluntariado foi partilhada com a Universidade do Porto, instituição que sistematicamente tem merecido o Prémio IES +Voluntária por ser a que, ano após ano, mais projetos candidata aos Prémios Santander. Este ano, respondendo a um repto do banco, a universidade da invicta, com o apoio do Santander Universidades, lançou o U. Porto Santander Inspira-te um programa de formação online para ensinar a desenvolver projetos universitários com impacto social, que tem início marcado para março de 2021.
Na sua intervenção, também António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, salientou o papel da solidariedade na formação dos jovens. "Há uma componente educativa no voluntariado que se traduz em comportamentos socialmente responsáveis", disse o responsável.
Referindo a generosidade e nobreza de caráter dos estudantes e de todos aqueles que abdicam dos seus tempos livres para ajudar quem precisa, o reitor da U.Porto afirmou que o voluntariado é um trabalho continuado, com o qual a sua universidade se comprometeu, razão por que criou uma comissão dedicada a esta área.
A encerrar o evento, o chefe máximo da U.Porto saudou a parceria da sua universidade com o Santander, que classificou como parceiro de referência, e saudou o profundo envolvimento do banco com o apoio à formação e ao ensino superior.