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17.5.23

Intérpretes, mediadores e mais formação: Livro Branco dos imigrantes e refugiados leva a novas recomendações

 Patrícia Carvalho, in Público online

O lançamento em papel do Livro Branco 2022 foi acompanhado de mesas de discussão que lançaram novas recomendações, agora compiladas pelo JRS.

O lançamento do Livro Branco sobre os direitos das pessoas imigrantes e refugidas em 2022 na sua edição impressa foi, pela primeira vez, acompanhado de um conjunto de grupos de discussão, de diferentes instituições ligadas ao tema, que trouxeram para cima da mesa mais recomendações do que as que já constavam daquele documento produzido pelo Serviço Jesuíta a Refugiados (JRS, na sigla inglesa). Depois de conhecido em versão digital, em Dezembro, o Livro Branco foi lançado em papel em Março e a JRS editou agora um pequeno livro de instruções, com os resultados das recomendações que saíram desta operação de lançamento com características inéditas.

“O Livro Branco é suposto ser um ponto de partida para uma discussão e este evento de lançamento foi diferente do habitual, mais participativo, para que as pessoas pudessem completar o nosso livro com sugestões e recomendações que tivessem. Nunca antes tínhamos tido um momento de discussão em grupo deste tipo e o resultado foi um conjunto de recomendações que tomamos como muito pertinentes. E é isso mesmo que pretendemos: uma construção, um trabalho em rede para melhorarmos o acolhimento de imigrantes e refugiados”, diz Carmo Belford, da equipa coordenadora do Livro Branco 2022.


O pequeno livro de instruções agora conhecido junta, por isso, algumas recomendações àquelas que já tinham sido inseridas pelo próprio JRS na edição relativa ao ano passado, a 3.ª desde que avançaram com a publicação do Livro Branco. Transversal a todos os grupos de discussão que congregaram cerca de 70 pessoas em torno de diferentes temas foi a constatação da “necessidade de contratação de intérpretes e mediadores socioculturais, bem como a formação contínua em Direitos Humanos, Asilo e Imigração dos profissionais da respectiva área”.

Os grupos discutiram as alterações à Lei de Estrangeiros, a detenção administrativa de cidadãos estrangeiros e os obstáculos nos processos de regularização e obtenção de asilo, além dos problemas no acesso à saúde, justiça, habitação, educação e a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Este processo foi, aliás, um dos pontos mais criticados pelo JRS no Livro Branco 2022, por causa da falta de informação sobre como tudo se iria processar e as condições que serão dadas aos novos organismos que o deverão substituir. Desde Dezembro, quando foi lançada a versão online da obra, até agora, Carmo Belford reconhece que houve algumas evoluções positivas, no que à operacionalidade do SEF diz respeito. “Uma das recomendações que deixávamos era que houvesse uma regularização extraordinária das pessoas que estavam à espera há muito tempo e, felizmente, foi algo que se concretizou”, diz.

Mas muito há ainda por fazer e a esperança do JRS é que as entidades responsáveis, incluindo o Governo, acolham agora as sugestões expressas por profissionais de diferentes sectores, associações, partidos políticos e instituições de ensino.

Carmo Bedford surpreendeu-se, por exemplo, com as “várias sugestões para flexibilizar o apoio judiciário”, deixadas por representantes da Ordem dos Advogados ou com a “frustração” de vários participantes da área da Saúde, impedidos de marcar consultas a alguns migrantes por causa de questões informáticas. Um problema que decorre do facto de o sistema informático usado neste serviços não ter incorporado a informação que os documentos que conferem o acesso à saúde, mesmo que contenham uma validade caducada, estão formalmente válidos, já que foram prorrogados até ao final de 2023, devido, precisamente, à dificuldade do SEF em dar resposta aos pedidos pendentes.

Entre as muitas outras recomendações que constam do pequeno livro de instruções a que foi dado o título Construir a integração: Por onde começar?, estão, por exemplo, a atribuição automática de NISS, NIF e NUSNS aos requerentes de asilo (à semelhança do que já acontece a quem tem visto de residência ou para procura de trabalho); a clarificação dos procedimentos relativos ao reagrupamento familiar; a atribuição de vistos humanitários (para requerentes de protecção internacional que tenham entrado de forma irregular no país); a abolição de detenções por razões meramente administrativas; a revisão dos critérios de acesso aos programas de habitação ou a criação de um estudo de protecção à vítima de denunciantes de tráfico humano, para que não corra o risco de ser deportada, uma “firewall da Justiça que previna a dupla vitimização”, refere-se.

No caso da extinção do SEF, pede-se mais participação civil e mais transparência no processo de criação da Agência Portuguesa para a Migração e Asilo (APMA), mais formação e fiscalização para combater “a violência, a xenofobia e o racismo policial” e uma maior participação do Governo na integração da população migrante.

Com a extinção do SEF agora prevista para daqui a seis meses, Carmo Belford entende este livro de recomendações surge na hora certa, já que este “é o momento oportuno para o Governo e a sociedade civil trabalharem em conjunto para melhorar os procedimentos que até agora têm dificultado a vida das pessoas que acolhemos em Portugal”.

27.3.23

A maior feira de educação, formação e emprego do País está prestes a chegar a Lisboa

Sara Lopes, in NIT

A 14.ª edição da Futurália realiza-se na FIL, no Parque das Nações. Conte com talks, workshops e ações de recrutamento.

Aquela que é a maior feira de educação, formação e empregabilidade de Portugal está de volta à FIL, no Parque das Nações. A 14.ª edição da Futurália arranca na próxima quarta-feira, 22 de março, e irá ocupar os pavilhões da FIL até 25 de março, sábado.

Com o mote “Ninguém fica para trás. Educação para todos”, esta edição do evento tem como grande foco a sustentabilidade na educação e aprendizagem ao longo da vida, apresentando-se novas ofertas e propostas formativos para estudantes, jovens licenciados e adultos, empregados ou não. Assim, ao longo dos quatro dias, há talks e workshops destinados aos estudantes, bem como diversas ações de desenvolvimento pessoal e coaching pessoal e profissional para adultos. Além disso, vão existir ações de recrutamento durante todo o evento.

A “Sala do Professor”, um espaço exclusivo para os professores, foi um sucesso na edição anterior e vai manter-se este ano. Entre as novidades de 2023 estão a “Futurália Outdoor Arts”, um espaço que promove a cultura urbana através de apresentações musicais, djs, dança, pintura e jogos de diversão, e os Embaixadores Futurália, estudantes que participam ativamente na divulgação e na dinamização do evento no ambiente digital.

Distribuídas num espaço com 20 mil metros quadrados, vão estar presentes, como habitual, diversas instituições de ensino nacionais e internacionais, sendo que as Universidades do Porto, dos Açores e da Madeira marcam presença pela primeira vez na Futurália. Já o Espaço Juventude conta com várias atividades que vão do desporto às artes (como o teatro, dança e música), passando pelo voluntariado ou atividades associativas.

A área do Emprego e Empregabilidade, a funcionar nos dias 24 e 25 de março, no Pavilhão Multiusos, vai reunir empresas com ações de recrutamentos em várias áreas: hotelaria e turismo; imobiliário; engenharias; motoristas; mecânicas, entre outras.

Relativamente às talks e workshops para os estudantes, há propostas como “Speed Networking com 4 profissões diferentes”, “A importância de vivermos a nossa vocação”, a palestra “Engenheiros por 1 dia” ou uma master class pela Escola Superior de Dança. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas online.

A Futurália está aberta ao público das 10 às 19 horas, de 22 a 24 de março, e das 11 às 20 horas, no dia 25 de março. O bilhete diário custa 8€ e pode ser comprado no site oficial, onde também encontrará a programação completa.

8.3.23

Ministra do Trabalho diz que investimento na formação é fundamental para reter os jovens no país

Por Lusa, in TVI

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou hoje em Setúbal que a qualificação é fundamental para reter os jovens no país e lembrou que o Governo disponibilizou 1.500 milhões de euros para a formação.

“Esse dinheiro já está a ser aplicado, desde logo, em parcerias e investimentos que estão a ser feitos pelos próprios institutos politécnicos”, disse Ana Mendes Godinho, dando como exemplo os cursos já lançados no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Acho que é evidente para todos que o nosso compromisso maior e a nossa maior exigência, neste momento, é, como país, conseguirmos atrair e reter talento e os nossos jovens”, acrescentou a ministra, que falava aos jornalistas depois de presidir à sessão de abertura da 9.ª Semana da Empregabilidade, organizada pelo Instituto Politécnico de Setúbal (IPS).

Ana Mendes Godinho assegurou que o Governo “está a trabalhar em termos de investimento na formação” e sublinhou a importância de eventos como a semana da empregabilidade do IPS, “porque aproxima dois mundos: o mundo da formação com o mundo das empresas, para as quais a captação de trabalhadores é um fator crítico”.

“Estamos todos a trabalhar para garantir que os jovens aqui [em Portugal] também encontram as suas opções de vida. Temos o exemplo concreto do IRS jovem, a agenda do trabalho digno”, disse a ministra.

“Temos procurado mobilizar instrumentos para este compromisso, que tem que ser um compromisso coletivo. Acho que ninguém quer desperdiçar um único jovem em Portugal. É essa a grande prioridade que temos assumido”, sublinhou Ana Mendes Godinho.

Na sessão de abertura da Semana da Empregabilidade, a ministra considerou que a formação e as qualificações das pessoas são o “motor transformador do país” e que as pessoas mais qualificadas constituem hoje “o bem mais disputado entre países”.

“Nós hoje estamos aqui a dizer a todos vós: por favor, apostem e fiquem em Portugal e trabalhem em Portugal. Portugal precisa mesmo de vós, porque é cada um de vós que está nesta sala que vai fazer a diferença na nossa vida coletiva”, acrescentou Ana Mendes Godinho.

A Semana da Empregabilidade do Instituto Politécnico de Setúbal é um dos maiores eventos desta natureza a nível nacional.

19.5.22

Covilhã: Capacitação para o voluntariado à população idosa

in Mais Beiras

O projeto Círculo de Cuidados iniciará as ações de capacitação de voluntários para o acompanhamento à população sénior.

O programa de capacitação será dividido em sessões online e presenciais. As sessões presenciais decorrerão nos dias 20 e 30 de maio, na Covilhã.

O objetivo das sessões é capacitar o trabalho no âmbito do voluntariado à população sénior, indo ao encontro das necessidades, expetativas e interesse, tanto das comunidades como dos voluntários e daqueles dos quais depende o seu trabalho. O programa de capacitação abordará as dimensões do cuidado humanizado, autonomia, dignidade, privacidade e colaboração interdisciplinar. As sessões têm também como propósito mostrar o papel do voluntário, os seus direitos, deveres e código de conduta.

O Círculo de Cuidados é um projeto de transformação social, executado em parceria pela RUDE- Associação de Desenvolvimento Rural, a Santa Casa da Misericórdia da Covilhã e a Cooperativa de Solidariedade Social Aproximar, que apela ao cuidado de pessoas idosas, procurando criar redes de ajuda entre organizações e indivíduos de uma comunidade que queiram prestar apoio voluntário aos seniores.

O projeto visa a criação de círculos de suporte em torno da pessoa idosa em concreto e das suas necessidades especificas, colmatando o isolamento social e a solidão, através da dinamização de redes e a capacitação de cuidadores voluntários de apoio aos seniores, articulando esforços institucionais em torno de cuidados e cuidadores.

O projeto Círculo de Cuidados que iniciou o piloto na freguesia do Tortosendo, com o apoio a 20 seniores, alargou a sua intervenção para as zonas de maior envelhecimento populacional na cidade da Covilhã onde já apoia mais de 40 seniores.

Recorde-se que o projeto foi distinguido na 2ª edição dos prémios BPI “la Caixa” Rural.

Inscrições para voluntário em https://bit.ly/3wn9ITn.

20.4.22

IPG integra projeto de 16,5 milhões para capacitar população ativa

in Guarda Notícias

O Politécnico da Guarda (IPG) integra projeto de 16,5 milhões para capacitar população ativa em parceria com a Universidade de Coimbra e Instituto Politécnico de Viseu.O “Living the Future Academy” pretende criar e reforçar parcerias com empresas das regiões envolvidas, entre as quais a da Guarda, e promover formações no âmbito dos impulsos jovem-STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e adultos. O projeto é liderado pela Universidade de Coimbra e, para além do IPG, conta com 104 parceiros e nove ‘clusters’ envolvendo mais de 300 associados.
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O Instituto Politécnico da Guarda – IPG integra um projeto de 16,5 milhões de euros que prevê a capacitação global de 8 mil a 12 mil pessoas, através de nove novos cursos de licenciatura e mestrado e, sobretudo, uma centena de cursos curtos, não conferentes de grau, dedicados às soft skills, articulados com empresas da região. O “Living the Future Academy” é liderado pela Universidade de Coimbra e financiado pelas verbas europeias do Plano de Recuperação e Resiliência – PRR.

“É essencial fortalecer os recursos e as empresas da nossa região para a sua entrada em modelos de Economia 4.0”, afirmou Joaquim Brigas, presidente do IPG, na cerimónia em Coimbra que assinalou o início do projeto. “O Politécnico da Guarda está hoje orientado para três missões: integrar o maior número possível de pessoas no ensino superior; valorizar e qualificar a mão de obra que trabalha nas organizações e nas empresas da nossa área de influência em Portugal e na Lusofonia; e valorizar os territórios do Interior, tornando os seus bens e os seus serviços mais competitivos no mercado global”.

O projeto “Living the Future Academy” tem como objetivo reforçar parcerias com empresas competitivas e atrair quadros a meio das suas carreiras profissionais para o ensino superior, através da capacitação e formação de técnicos em áreas como as tecnologias digitais, soluções de engenharia ao serviço do aprovisionamento, do fabrico, da robótica e da automação de sistemas industriais, em articulação com empresas e recursos da região.

O “Living the Future Academy” prevê também o estabelecimento de parcerias com órgãos da administração local e regional, empresas, incubadoras, clusters competitivos, associações industriais, organizações públicas e privadas, ordens profissionais e instituições de ensino superior estrangeiras.

“Este projeto não assenta em edificado, mas em qualificações”, afirmou Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra, na cerimónia de assinatura do Protocolo de Colaboração em Coimbra. “Este projeto fará a diferença e será, certamente, um motor de coisas novas, mantendo o respeito pela individualidade, pela territorialidade e por cada uma das instituições envolvidas”, como o Politécnico da Guarda.

O projeto é liderado pela Universidade de Coimbra em co-promoção com o IPG, pela Universidade dos Açores, pelo Instituto Politécnico de Viseu e pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Conta também com 104 parceiros e nove ‘clusters’ envolvendo mais de 300 associados. Foi apresentado no dia 11 de abril e terá a duração necessária para o cumprimento integral do protocolo.

“Esperemos que este projeto, pelo seu sucesso, seja apenas a primeira de muitas parcerias inovadoras que se venham a realizar no futuro, afirmando o ensino superior como uma alavanca estratégica para o desenvolvimento de Portugal nesta década 2020-2030!”, afirmou Joaquim Brigas no final da sua intervenção em Coimbra.

3.9.21

Município de Alijó promove formação na área do voluntariado

in Notícias de Vila Real

O Município de Alijó vai desenvolver o projeto formativo “Geração V_Projeto de Capacitação para o Voluntariado”, a partir de setembro, no âmbito do Aviso POISE-35-2019-16, relativo à Tipologia de Intervenção: 35 ‐ Promoção do voluntariado, cujo organismo intermédio é a CASES. Com esta iniciativa, o Município reforça a sua adesão a esta causa e assume o compromisso de dinamizar políticas locais de promoção do voluntariado de continuidade..

O projeto formativo visa o desenvolvimento de ações de formação e de sensibilização para um voluntariado de continuidade nas áreas promotoras de inclusão social, como garantia de informação referente aos direitos e deveres de um voluntário, bem como para a sensibilização de diferentes entidades da economia social sobre a importância e as vantagens, na sua atividade diária, de saber potenciar o apoio voluntário.

Esta iniciativa tem como parceiros: Escola de Voluntariado Pista Mágica, Entrajuda Apoio a Instituição de Solidariedade Social, Alzheimer Portugal, Liga Portuguesa Contra o Cancro, EAPN Portugal e Ana Marques Coaching de Alta Performance. O programa formativo e as inscrições estão disponíveis em www.cm-alijo.pt ou nos Serviços de Ação Social do Município de Alijó.

6.8.21

O Mezze Escola quer formar refugiados e imigrantes na área da restauração

Mariana Marques Tiago, in Público on-line

A parceria entre a Associação Pão a Pão e a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa visa capacitar refugiados e imigrantes e prepará-los para um futuro melhor. Há 20 vagas para a formação (que começa em Setembro) e as candidaturas já abriram.

Em 2017 o Mercado de Arroios via nascer o restaurante Mezze, pautado por uma característica diferente: além de servir comida do Médio Oriente, todos os funcionários eram refugiados sírios. Na época, antes da grande abertura, tinha sido estabelecido um protocolo com a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa (EHTL) no qual os refugiados recebiam uma formação de um mês que os capacitava e diminuía a dificuldade em encontrar emprego por falta de experiência laboral.

Agora, quatro anos depois da abertura do restaurante – que acabou por se tornar auto-suficiente – a associação que tornou tudo isto possível tomou a decisão de “recuperar a parceria, mas de forma mais consolidada e estruturada”.

Quem o diz é Francisca Gorjão Henriques, presidente da Associação Pão a Pão, fundada em 2016 “já com o propósito de criar o Mezze”. Mas agora, tendo por objectivo dar resposta a necessidades identificadas ao longo destes quatro anos, a associação, apoiada pelo Programa Cidadãos Ativ@s da Gulbenkian e em parceria com a EHTL, lançou o Mezze Escola, uma formação para refugiados e imigrantes.

“Desenvolvemos uma formação com base no curso de um mês e juntámos a experiência no Mezze enquanto entidade empregadora”, explica a responsável. Os seis meses de duração da formação dividem-se em três meses de componente teórico-prática leccionada na EHTL e três meses de componente prática em contexto real de trabalho no Mezze.

Após a formação de 540 horas que terá início a 15 de Setembro e término a 27 de Março de 2022, a associação vai continuar a apoiar os formandos através de parcerias: “a associação juntará empregadores a formandos para facilitar a entrada no mercado de trabalho e acompanhar o seu percurso. Já há parcerias apalavradas”, admite Francisca Gorjão Henriques, acrescentando que não tem dúvidas de que se vão realizar.

O curso, gratuitamente assegurado aos seleccionados, dá formação em técnicas de cozinha e sala, mas também de português, sustentabilidade, direito laboral e literacia financeira. Para Francisca é importante que os recém-chegados ao país conheçam os seus direitos e deveres e se possam proteger. “É preciso explicar como as coisas funcionam em Portugal para que não haja desconfiança. Por exemplo pagar impostos! Muitos não percebiam o porquê de os termos de pagar. Temos que explicar que não é uma opção, há que pagar”, explica.

Já no que toca ao ensino da língua, a justificação é rápida e fácil: “sem conhecer a língua do país a integração é mais difícil, se é que chega a existir integração”. Além disso, partilha a presidente, no restaurante Mezze rapidamente perceberam que quem está na cozinha tem uma aprendizagem mais lenta, já que não comunica tanto com os clientes de outras nacionalidades.

Nesta primeira edição o programa contempla 20 alunos – sendo que todos terão acesso à formação na escola – mas apenas dez vão cumprir todo o programa e ter a formação prática no Mezze. No entanto, há critérios. Apenas se podem candidatar maiores de idade que sejam: imigrantes, refugiados ou requerentes de asilo, que tenham título de residência, NIF e NISS e, no mínimo, nível A2 em língua portuguesa. Além disso têm que ter disponibilidade para trabalhar por turnos rotativos.

Por sua vez, os critérios de preferência para se ser seleccionado passam por não beneficiar de apoio de acolhimento do Estado, ser mulher, ter até 30 anos, saber falar árabe e estar no país há, pelo menos, três anos. Além disto, a Mezze Escola valoriza ainda a paixão pela restauração e alguma experiência na área. As candidaturas para a formação já estão abertas e podem ser realizadas através do preenchimento do formulário de inscrição, havendo depois uma entrevista e, por fim, uma selecção final dos candidatos.

Francisca considera que este novo programa ajuda a “definir o foco e objectivo que temos enquanto associação. É uma parceria muito útil para perceber qual é o papel da associação além do restaurante”. Em simultâneo, diz, “ajuda a rebentar a bolha da língua e cultura” que existe no Mezze, podendo até estimular quem já lá trabalha, na medida em que “conhecem novas pessoas e novas culturas”.

Actualmente trabalham no restaurante 13 funcionários. “Mas estamos prestes a ir aos 15 porque procuramos um chefe de cozinha para dar formação e mais alguém para a sala”, anuncia Francisca. O restaurante viu-se “muitíssimo afectado” devido à pandemia, motivo pelo qual foi necessário recorrer a um crédito bancário, já que, após o primeiro mês, ficou cada vez mais difícil pagar os salários. No entanto, Francisca e a sua equipa orgulham-se por não ter despedido ninguém durante esta fase.

Agora, a única diferença no estabelecimento que em breve receberá dez novos funcionários reside na mesa corrida que enche a sala de refeição, imagem de marca do restaurante. Anteriormente quatro mesas, unidas, formavam uma só, no entanto “há um mês as mesas foram afastadas para as pessoas se sentirem mais confortáveis e seguras… Mas o plano é, assim que isto melhorar, serem juntas outra vez”, afirma a responsável com determinação.


“Mezze” significa refeição com vários pratos para partilhar entre amigos e família. É símbolo de partilha de cultura e identidade e, a Mezze Escola espera poder continuar a contribuir para o enriquecimento deste momento.


19.1.21

Presidência portuguesa da UE discute emprego e formação no turismo

Nuno Miguel Silva , in Económico

Trata-se de um fórum internacional que será realizado, na próxima quinta-feira, dia 21 de janeiro, em formato virtual, sob a coordenação do Ministério da Economia e da Transição Digital.

A Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia vai discutir, na próxima quinta-feira, dia 21 de janeiro, a educação, o emprego e a formação no sector do turismo.

Trata-se de um fórum internacional que será realizado em formato virtual sob a coordenação do Ministério da Economia e da Transição Digital.

“Com o sector do turismo a enfrentar um momento difícil e incerto, cujos impactos ainda não são totalmente claros, é fundamental reunir os atores governamentais e da União Europeia, assim como representantes de organizações intergovernamentais, não governamentais e da sociedade civil, para trabalhar na premente recuperação e valorização do turismo. Este fórum constitui-se, assim, como uma oportunidade para reunir contributos e propor soluções para o sector do turismo em duas componentes fundamentais: os recursos humanos e as suas qualificações”, explica um comunicado do Ministério da Economia.

Segundo essa nota, o programa deste fórum é composto por dois painéis: ‘Education & Training in Tourism – How?’ e ‘Future Trends in Tourism’.

“O primeiro incide nos atuais modelos de educação e formação no sector do turismo, procurando fazer um diagnóstico e um levantamento das necessidades do sector e como promover a sua evolução e adaptação a novas realidades, e o segundo procura debater as principais linhas de evolução no sector, quais as tendências de procura/ consumo e como o sector se deve adaptar para responder às novas exigências”, adianta o referido comunicado.

De acordo com o Ministério da Economia, a sessão conta ainda com uma apresentação da iniciativa ‘Pact for Skills’, “uma estratégia da Comissão Europeia destinada a estabelecer parcerias público-privadas para o desenvolvimento de competências a nível europeu, promovendo a criação de redes de formadores e novas formas de financiamento”.

“O Fórum Internacional: Educação, Emprego e Formação no sector do turismo é um dos três eventos que o Turismo de Portugal está a organizar, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, com o intuito de contribuir para a retoma, valorização e inovação deste sector da economia”, conclui o comunicado em apreço.

8.1.21

Desemprego continua a aliviar no meio da pandemia. Porquê?

Tiago Varzim, in EcoOnline

A taxa de desemprego desceu entre setembro e novembro, tendo sido criados postos de trabalho. Estes números escondem outra realidade? E esta tendência irá manter-se? O ECO foi à procura de respostas.

A taxa de desemprego está a descer há três meses consecutivos em Portugal num período marcado pela pandemia, ainda que com a recuperação económica do terceiro trimestre. Contudo, o regresso das restrições em novembro voltou a colocar um travão na retoma, colocando em causa novamente o emprego de milhares de pessoas. Como se explica, assim, a redução do desemprego em novembro? O ECO foi à procura de respostas.

Jovem, precário e com salário baixo. Eis o novo desempregado

Desde logo, é preciso ter em mente que em setembro, outubro e novembro, o desemprego diminuiu face ao meses anteriores, mas que em termos homólogos, ou seja, face ao mesmo mês do ano passado, a taxa continua superior (7,2% face aos 6,5% registados em novembro de 2019) aos valores anteriores à crise pandémica. A comparação homóloga mostra bem como a crise existe e teve repercussões no mercado de trabalho: não há dúvidas de que existem menos postos de trabalho e mais desempregados.

Contudo, o que explica esta melhoria desde o verão? Para João Cerejeira, professor da Universidade do Minho especializado em economia do trabalho, esta melhoria reflete a recuperação da economia registada no terceiro trimestre, com o PIB a crescer 13,3% face ao segundo trimestre em que tinha afundado. Os números mostram isso mesmo: entre agosto, mês em que a taxa de desemprego atingiu os 8,1% (o valor mais elevado deste ano), e novembro (dados provisórios), foram criados 95,1 mil postos de trabalho.

Esse foi o resultado da saída de 39,1 mil pessoas da situação de desemprego e a entrada de 56 mil pessoas na população ativa. (Ainda assim, o número de desempregados continua a ser superior ao de novembro de 2019 em 28,1 mil pessoas, o que traduz um aumento homólogo de 8,1%.) Porém, é de notar que as restrições à mobilidade influenciaram este indicador dado que os desempregados só são considerados tal se estiverem disponíveis para trabalhar e ativamente à procura de emprego, o que levou a atenção para outro indicador desde março: a taxa de subutilização do trabalho.
População desempregada diminui, mas bem acima do pré-criseFonte: INE. População desempregada (em milhares).

Esta taxa — que inclui a população desempregada, os que trabalham menos horas do que queriam, os inativos à procura de emprego mas que não estão disponíveis e os que estão disponíveis mais não procuram emprego — tem vindo a descer mês a mês, chegando a 14% (chegou a estar acima dos 15% em julho), o que compara com 12,5% em novembro do ano passado. No destaque desta quinta-feira, o INE explica que a diminuição da taxa de subutilização do trabalho reflete sobretudo a queda do número de pessoas que estando disponíveis para trabalhar não tinham procurado emprego (tendo passado a procurar). Tal significa que as restrições à procura de emprego continuam a contribuir para haver menos desempregados a nível estatístico, segundo a definição utilizada pelo INE e Eurostat, mas esse efeito está a desvanecer.
Fonte: INE e Eurostat. Em percentagem da população ativa.

Há ainda os que estão em formação, tendo existido apoios específicos para as empresas neste sentido. Como noticiou o Jornal de Notícias esta semana, os números do IEFP revelam que em outubro e novembro houve um aumento expressivo do número de “ocupados”, ou seja, trabalhadores integrados em programas especiais de emprego ou formação profissional. O valor passou de 82 mil em setembro para 108 mil em apenas dois meses, sendo este o número mais elevado desde 2017. Deste número excluem-se os que estão em programas que visem a integração direta no mercado de trabalho.

Questionado pelo ECO, o INE explicou que “o trabalho efetuado no âmbito dos Contratos Emprego Inserção e dos Contratos Emprego Inserção+ promovidos pelo IEFP é entendido como trabalho pago e, como tal, os indivíduos nessa situação são considerados empregados”. No caso dos estágios profissionais financiados pelo IEFP, nos quais há um pagamento formal, esses profissionais são contabilizados como empregados, mas será isso que está em causa na classificação de “ocupados”. O ECO questionou também o IEFP, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

É de notar que a diminuição da taxa de desemprego também se verificou na Zona Euro, passando de 8,7% em julho para 8,4% em outubro (ainda não há dados para novembro). Olhando para países em concreto, a vizinha Espanha viu a taxa cair 16,9% para 16,2% no mesmo período e na Grécia a queda foi de 16,6% para os 16,1%. Em França, a taxa passou de 9,4% para os 8,6%.
Impacto no mercado de trabalho não é imediato. E o pior pode ainda estar para vir

A interpretação dos dados provisórios do INE para novembro tem de ter em mente que os despedimentos não são imediatos, existindo um “delay” entre as decisões e a efetiva contabilização estatística, avisa João Cerejeira, recordando ainda que apoios como o do lay-off simplificado obrigavam a manter o mesmo nível de postos de trabalho durante algum tempo.

Desemprego volta a cair e fixa-se em 7,2%

“As próprias empresas podem estar a adiar decisões de despedimentos, consoante as expectativas [relativamente à pandemia e à economia] e a eventuais penalizações“, admite, argumentando que grande parte da queda do PIB foi absorvida por mais dívida do Estado (para financiar os apoios à economia), pelas moratórias bancárias e pelas linhas de crédito empresariais (dívida privada). “Os números do mercado de trabalho ainda estão distantes da queda económica, incluindo os dos salários”, nota.

Mas o impacto no mercado de trabalho irá notar-se mais em breve. Nos próximos meses a taxa de desemprego deverá começar a refletir as restrições introduzidas de novembro e que podem agora em janeiro vir a ser agravadas. Perante este cenário, João Cerejeira prevê que “será natural que o primeiro trimestre tenda a ter números menos positivos no mercado de trabalho e que segundo trimestre mostre uma tendência de estagnação ou até ligeira deterioração”.

PIB vai crescer 3,9% em 2021. BdP vê desemprego nos 8,8%

A médio prazo, tudo dependerá de quanto tempo durarão as restrições mais apertadas para controlar a pandemia e também da recuperação económica deste ano. Se 2021 ficar abaixo das expectativas, o mercado de trabalho pode ressentir-se, tal como já antecipam a OCDE e o Banco de Portugal ao estimarem uma taxa de desemprego em 2021 superior à de 2020, ao contrário das expectativas do Governo.

Cerejeira recorda que no primeiro ano da crise anterior “aguentou-se, mas depois com as falências os despedimentos aumentaram e tornou-se mais complicado, refletindo-se em todo o mercado de trabalho“. Para já, como o ECO já escreveu, foram os mais jovens, os precários, quem trabalha no setor do turismo e os que têm salário mais baixos a sofrer o impacto da crise pandémica.

16.12.20

Responsabilidade Social: Relançar a economia através da capacitação de pessoas

Por Sandra M. Pinto, in Human Resources

A pandemia causada pela COVID-19 levou a Fundação Ageas a lançar três planos de Emergência Social após ter identificado as maiores carências que atingiram a sociedade. Não foi esquecido o desemprego, que apresenta tendência crescente.

Instituída em 1998, a Fundação Ageas assumiu, desde o início, o compromisso de apoiar a comunidade, através do voluntariado corporativo e da solidariedade social, desenvolvendo programas com impacto social na sociedade.

Célia Inácio, presidente da Fundação, sublinha: «Nascemos de uma grande vontade de promover o voluntariado, de humanizar o apoio empresarial às comunidades mais desfavorecidas e vulneráveis, procurando estimular o espírito de cidadania activa do universo do Grupo Ageas Portugal, bem como dos nossos mediadores, parceiros, familiares e amigos. Juntos, somos a força viva que faz mover cada projecto em que estamos envolvidos e inspiramos compromisso e orgulho, de forma humana e calorosa, actuando com solidariedade no sector social, especialmente no momento como aquele que hoje vivemos, onde todas as fragilidades que a pandemia realçou, reforçou a importância daquela que é a nossa missão.»

A intervenção da Fundação Ageas divide-se em três áreas estratégicas:
Voluntariado Corporativo. Através deste primeiro eixo, mobilizam-se voluntários para dar apoio a diversas instituições de solidariedade social, de Norte a Sul do País e Ilhas. As iniciativas neste âmbito consolidam-se num compromisso de cidadania activa, bem como num estreitar de laços entre as várias equipas do Grupo Ageas Portugal. «Levamos aos colaboradores valores como a entreajuda, a colaboração, a escuta e a solidariedade, valores tão importantes a nível pessoal como profissional, sendo que apoiamos uma diversidade de causas, sempre relacionadas com a inclusão, a educação e a saúde», esclarece a responsável.

Empreendedorismo e Inovação Social. Este segundo eixo de actuação conta com um programa próprio com a Escola de Impacto. «Neste âmbito, somos ainda investidores sociais de alguns projectos apoiados pelo Portugal 2020, tais como os projectos de empreendedorismo social e de inclusão, “55+”, “Vila com Vida”, ou ainda “abém:”», enuncia Célia Inácio.

Impacto Social Sustentável. O terceiro eixo apoia «iniciativas que assumem o compromisso de contribuir para um futuro melhor nas áreas da saúde, educação e inclusão, sendo a fundação parceira de projectos como a LINQUE, a Epis e a Fundação do Gil, entre muitos outros».

E agora, a pandemia Como parte do Grupo Ageas Portugal, a Fundação Ageas integrou desde o primeiro momento o plano de contingência do Grupo de resposta à pandeia. A presidente explica que a primeira preocupação, relacionada com o risco de contágio e face às medidas comunicadas pelas autoridades de saúde, consistiu em suspender todas as actividades com voluntários, bem como acções de team building solidários agendados para os meses seguintes. Mas «a responsabilidade de intervir neste quadro de pandemia é totalmente inerente à missão da Fundação Ageas que, enquanto organização corporativa de solidariedade social, desenvolve as suas actividades em parceria com dezenas de instituições de apoio às comunidades mais carenciadas e/ou vulneráveis».

Assim, a Fundação procurou adaptar-se, desenvolvendo novas formas de manter a sua missão solidária activa. «Sentimos, de imediato, a necessidade e a relevância de incentivar e salvaguardar o papel específico das instituições nossas parceiras, aquelas que lidam diariamente com as populações mais vulneráveis e de risco, designadamente pessoas idosas ou com doenças crónicas, famílias carenciadas, sem-abrigo, entre outras», destaca Célia Inácio. Essas instituições foram logo contactadas, para identificar rapidamente as necessidades prioritárias. Foram elas: a fome, o isolamento dos mais idosos, a necessidade de equipamentos de protecção individual (EPI) e de equipamento informático para as aulas à distância.

Neste contexto, a Fundação Ageas reforçou a parceria que já tinha com alguns parceiros, como a AMI – Assistência Médica Internacional, no apoio aos mais carenciados e vulneráveis através do projecto “os AMIgos são para as ocasiões”, com voluntários e angariação de fundos; com a Go Parity e o movimento Tech4Covid19 de angariação de fundos para aquisição e distribuição de EPI para os hospitais; e com o Movimento SOSvizinho, que ajuda pessoas com maior vulnerabilidade, vizinhas e isoladas, através da distribuição de bens essenciais.

Planos de emergência social
A Fundação Ageas criou três Planos de Emergência Social para responder de forma estruturada e adequada às crescentes necessidades de apoio social: 1.º Plano de Emergência Social contra a Fome e o Isolamento, que veio responder ao aumento exponencial das necessidades em bens alimentares dos mais vulneráveis e ao isolamento dos idosos, por via do fecho dos Centros de Dia, devido à COVID-19. «Este plano específico passou por um apoio financeiro e humano: financeiramente, a Fundação Ageas duplicou o montante recebido da consignação fiscal (IRS de 2018) para apoiar sete instituições, cuja missão é ajudar os mais carenciados na luta contra a fome», esclarece Célia Inácio, concretizando: «Através das instituições Porta Solidária e SAOM, no Porto; CASA, Comunidade Vida e Paz, É um Restaurante e SoUma, em Lisboa; e CASA, no Funchal, chegámos a cerca de 1700 pessoas, tendo sido doadas mais de 11 toneladas de alimentos.»

2.º Plano de Emergência Social de Protecção Individual para Lares e Serviços de Apoio ao Domicílio, que consistiu na compra de EPI, oferecidos a 23 instituições, de Norte a Sul do País, impactando mais de 700 técnicos e mais de dois mil beneficiários. «Sentimos que foi um apoio significativo na imensa falta de meios destas instituições e acreditamos que se todos nos co-responsabilizarmos pelo bem comum, por pouco que seja, faremos a diferença nas comunidades», acredita a responsável.

3.º Plano de Emergência Social para a Educação, que visa minimizar o impacto da educação à distância nas crianças e jovens mais vulneráveis sem acesso a computador nem Internet e, assim, facilitar a continuidade da aprendizagem neste contexto de pandemia. «Desde 15 de Setembro que doámos 50 computadores, com o apoio da Dell, e 50 acessos à Internet, oferecidos pela Altice Portugal», destaca Célia Inácio, revelando que no âmbito desta estratégia de minimização dos impactos da COVID-19 na sociedade foram investidos 275 mil euros.

No terreno
Os diferentes planos foram implementados em parceria com organizações sociais parceiras da Fundação Ageas que actuam no terreno e que lidam com as populações mais vulneráveis e de risco. «De destacar também a colaboração de 172 voluntários e 436 doadores», faz questão de sublinhar Célia Inácio, que acrescenta que, em todos estes planos de actuação, a principal preocupação foi incentivar e salvaguardar o papel específico das instituições de solidariedade social.

O apoio financeiro contra a fome beneficiou sete instituições. «Foram cerca de 1700 beneficiários, bem como mais de 26 mil euros doados, um equivalente a 11 toneladas de alimentos», avança, enquanto no programa contra o isolamento, “Chamada Amiga – Adopte um avô”, 60 voluntários “adoptaram” 60 avôs/avós, provenientes de 12 centros de dia e afins, traduzindo-se em mais de 300 horas de conversação via telefone.

No Plano de Emergência Social de Protecção Individual para Lares Serviços ao Domicílio, os voluntários da Fundação Ageas produziram mais de 12 mil máscaras comunitárias, ou de uso social, as quais foram doadas a organizações sociais, a grande maioria lares.

Célia Inácio acredita que «os números falam por si», tal como os testemunhos recebidos das organizações sociais apoiadas, «desde o primeiro instante, todos mostraram a importância e a diferença que os planos de Emergência Social implementados pela Fundação Ageas fizeram naquele preciso momento».

Além dos planos acima referidos, e depois da urgência inicial, foi essencial pensar no futuro e na nova realidade, destacando-se outro grande problema social e económico, o desemprego, que apresenta tendência de crescimento. «O período de confinamento e a consequente paragem da economia fez aumentar drasticamente a percentagem de desempregados em território nacional», constata a responsável.

«A Fundação Ageas quer ser parte da solução, evitando o desemprego de longa duração e ajudando a relançar a economia, através da capacitação de pessoas, mas também da sua motivação, de forma a voltarem a acreditar que é possível recomeçar.» Isto explica o nome da versão online da Escola de Impacto, “Relança-te”, lançada em parceria com o Impact Hub Lisbon, que terá a seu cargo a sua implementação. «Este programa é destinado a pessoas com mais de 21 anos que perderam o emprego durante esta crise pandémica», explica Célia Inácio. «Consiste num percurso de capacitação e motivação de mais de seis meses que inclui um bootcamp, um programa de aceleração e de incubação, acompanhado por formadores e mentores experientes. Todas as fases prevêem um processo de selecção e só os projectos escolhidos seguem para a fase seguinte.»

Para apoiar a mudança para o empreendedorismo, a Fundação Ageas oferece uma bolsa de 1500 euros a cada um dos 10 projectos seleccionados, para os três meses de Incubação, tendo as candidaturas decorrido até 12 de Outubro.

Nunca baixar os braços
A missão da Fundação Ageas é investir na comunidade, pelo que vai continuar a agir e a adaptar as suas iniciativas à nova realidade. «Na verdade, este período mais conturbado da nossa história só reforçou a importância da nossa missão e de tudo o que temos vindo a fazer», defende Célia Inácio. «Graças aos nossos voluntários e parceiros da economia social, vamos continuar a agir com o coração e a ter um impacto social positivo na sociedade.»

Relativamente a futuras acções, a presidente refere que vão ficar atentos às prioridades e urgências de solidariedade social dos parceiros. Por outro lado, a Fundação vai aumentar, progressivamente, as actividades de voluntariado no terreno, com todos os cuidados de protecção e prevenção que a situação requer, preservando a saúde de todos. «Existem muitas formas de ser voluntário e solidário e, agora mais do que nunca, todo e qualquer apoio que possamos dar à comunidade é essencial.»

Célia Inácio reitera: «Momentos como o que agora vivemos reforçam a importância que entidades corporativas, como a Fundação Ageas, assumem perante a sociedade, não somente num propósito, mas também pela forma como se co-responsabilizam pelo bem comum. Por pouco que seja, faremos a diferença nas nossas comunidades se formos muitos a agir. Não podemos esquecer que haverá um período pós-COVID-19 que evidenciará muito mais dificuldades do que as que tivemos nestes últimos meses e que ainda vamos ter. Por isso, é importante que, após uma solução para o problema de saúde pública que vivemos, as questões sociais não sejam esquecidas.»

Olhando para os próximos meses, a responsável não esconde que serão tempos de grande incerteza. «Pela segunda vaga, mas não só. Será um período em que muitas medidas de apoio acabam e, por isso, a sociedade vai continuar a viver momentos de grande dificuldade.» Não obstante, encara «o futuro com grande esperança». E confia que «a entreajuda e a co-responsabilização se multipliquem e perdurem no tempo, COVID e pós-COVID»

Este artigo foi publicado na edição de Novembro (nº. 119) da Human Resources.

14.12.20

Aprendizagem ao longo da vida e requalificação são os desafios do futuro no trabalho

Francisco de Almeida Fernandes, in Expresso

Projetos Expresso. Formação no ensino superior não é, hoje, garantia de emprego e salário razoável. A reconversão de trabalhadores será essencial para fazer face aos desafios do presente e do futuro. Estas foram algumas das conclusões do debate “Emprego e inclusão social em contexto de covid-19”, organizado esta tarde pelo PO ISE em parceria com o Expresso

Desde 2014, o Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (PO ISE) conseguiu apoiar, em articulação com instituições como o IEFP, mais de 900 mil pessoas. “Quer isto dizer que um em cada dez portugueses já foi apoiado por qualquer medida do PO ISE”, afirma Domingos Lopes, responsável pelo programa, que defende a manutenção da aposta na formação, no apoio à criação de emprego e no combate à exclusão social no próximo quadro comunitário. O PO ISE permitiu, explica, atingir alguns dos objetivos a que se propunha antes do prazo estipulado, em 2023, e contribuir para a redução do desemprego.

As conquistas conseguidas ao longo dos últimos seis anos não seriam, contudo, possíveis sem o financiamento do Fundo Social Europeu, mas estão hoje em risco pelo cenário económico e social negativo potenciado pela crise pandémica. Para a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, “estes fundos são cada vez mais determinantes no momento em que vivemos” para a “promoção da inclusão, da igualdade de oportunidades, do acesso ao mercado de trabalho e às qualificações”.

As vitórias do passado e as linhas orientadoras para a utilização do apoio comunitário foram temas centrais no debate “Emprego e inclusão social em contexto de covid-19”. A conversa, promovida esta quarta-feira pelo PO ISE em parceria com o Expresso, juntou à mesa Domingos Lopes (PO ISE), Ana Vieira (CCP), Ana Coelho (IEFP) e Sandra Ribeiro (CIG), contando com discurso de encerramento de Ana Mendes Godinho.

Conheça as principais conclusões:

Fundo Social Europeu (FSE) é um instrumento “poderoso”
Através do financiamento europeu, o PO ISE conseguiu atingir, em dezembro de 2019, metas definidas para 2023 – o aumento da taxa de emprego da população ativa para 75% e a redução, em mais de 500 mil, do número de pessoas em risco de pobreza.
“O FSE é um instrumento muito poderoso e importante para o IEFP, porque as políticas ativas do mercado de trabalho são muito dispendiosas”, explica Ana Coelho. A vogal do Conselho Executivo lembra o contributo do fundo à formação profissional, que permitiu baixar drasticamente as taxas de abandono escolar verificadas nos anos 90.
“O PO ISE tem sido fundamental para o incremento da igualdade de género e para trazer a matéria para a discussão pública”, aponta Sandra Ribeiro, sublinhando que ainda há um longo caminho a percorrer.

“Retrocesso” potenciado pela pandemia
Ana Vieira, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, assume uma visão “muito pessimista” sobre a evolução da economia na reta final do ano e no primeiro semestre de 2021. “Estimamos que no setor do comércio poderão vir a fechar uma em cada cinco empresas”.
Em outubro, em comparação com o período homólogo de 2019, existiam 100 mil novos desempregados, número que Ana Vieira acredita vir a aumentar acima das previsões do Governo.
A representante da Comissão de Cidadania e Igualdade de Género considera que as mulheres têm sido mais afetadas pela crise pandémica do que os homens, em especial no desemprego e na acumulação de tarefas domésticas com o teletrabalho. “Seria muito triste que todos os progressos que conseguimos nos últimos anos tivessem um retrocesso”, lamenta Sandra Ribeiro.

Formação, reconversão e aprendizagem ao longo da vida
O FSE terá um papel que os especialistas consideram fundamental no apoio às medidas de formação profissional e reconversão que podem permitir minimizar os efeitos nefastos da pandemia no emprego e ajudar à reintegração de desempregados.
“A estratégia do FSE para o futuro já está definida: uma Europa mais digital, mais verde e mais inclusiva”, adianta Domingos Lopes, que pede maior rapidez de adaptação do país às exigências do mercado de trabalho.
Ana Vieira aponta que “ter um curso superior não basta, precisamos de ter qualificações e apostar muito nas soft skills orientadas para a criatividade e inovação”. A ação financiada pelo FSE nos próximos anos, defende, deve ter estas questões em conta nos projetos a desenvolver.

5.11.20

UE e Portugal lançam hoje projeto formar e dar emprego a jovens

in Sapo.pt

A União Europeia (UE) e Portugal lançam hoje um projeto de quatro anos para formar e dar emprego a jovens de Cabo Delgado, província norte de Moçambique que vive uma crise humanitária provocada por ataques de rebeldes.

O projeto-piloto +EMPREGO tem a duração de quatro anos e pretende dar formação profissional na área do gás natural a 800 jovens dos 15 aos 25 anos - 25% dos quais mulheres, anunciaram os parceiros.

O objetivo é que, no final, pelo menos metade esteja empregado ou tenha criado o seu próprio emprego graças à dinamização de parcerias público-privadas no setor.


28.10.20

Formação: Direitos Humanos no Envelhecimento e na Saúde Mental

in Revista Dignus

A EAPN Portugal, em parceria com a Fundação Vasco Vieira de Almeida, promove desde 2019 o Projeto Inclusivamente: Direitos Humanos no envelhecimento e na saúde mental.

A EAPN Portugal, em parceria com a Fundação Vasco Vieira de Almeida, promove desde 2019 o Projeto Inclusivamente: Direitos Humanos no envelhecimento e na saúde mental.

Destina-se a promover maior conhecimento acerca destes temas e contribuir ativamente para uma cidadania mais responsável e inclusiva, prevenindo e sensibilizando para o respeito pelos Direitos Humanos dos mais idosos, dependentes ou com capacidade diminuída, através de um programa de capacitação e coaching sobre o enquadramento jurídico da intervenção das entidades da economia social que atuem na área da prestação de cuidados àquele tipo de beneficiários.

O projeto contempla a realização de sessões de formação em vários locais do país, dirigidas às entidades da economia social que atuem na área de prestação de cuidados a pessoas idosas, em situação de dependência ou com capacidade diminuída.

Em virtude das circunstâncias de pandemia que o país e o mundo atravessam, o projeto terá continuidade até final do ano, através de sessões de formação online, sendo Viseu um dos distritos abrangidos. A formação decorrerá nos dias 17 e 18 de novembro, através de videoconferência.

A formação tem a duração de 6 horas, é gratuita e decorrerá no seguinte horário: 10h00 – 13h00. A inscrição está limitada a 30 formandos, podendo ser aceites 2 inscrições por instituição (1 dirigente e 1 técnico/a ou na impossibilidade de participação do/a dirigente, 2 técnicos/as preferencialmente na área social, da saúde ou jurídica).

Os participantes deverão enviar a ficha de inscrição e o teste de diagnóstico para os contactos do Núcleo Distrital de Viseu da EAPN Portugal: viseu@eapn.pt até ao dia 12 de novembro.

20.10.20

Aprender a liderar, motivar e gerir crises entre as prioridades dos executivos

Hugo Moreira, in Público on-line

Liderar sem mandar. Felicidade e performance. E-Commerce. Cibersegurança. Turismo e ambiente. Gestão para juristas. Investimento em bolsa. O negócio do vinho. São apenas exemplos. O PÚBLICO compilou uma lista de cerca de mil formações para executivos. A tendência, dizem as instituições de ensino, é de aumento na aposta em formação, com as pós-graduações a liderar.

Ver a lista de formações para executivos aqui

A tendência já estava a crescer havia vários anos, mas a pandemia de covid-19 veio empurrar as competências nas chamadas soft skills relacionadas com liderança, gestão de equipas e capacidade de motivar colaboradores para o topo da lista das prioridades das empresas, em geral, e dos executivos, em particular. São estas as formações que, segundo as instituições de ensino superior, estão a ter mais procura este ano. O PÚBLICO compilou uma lista com cerca de mil, que pode consultar aqui.

“O contexto actual obrigou a que todas as pessoas que tenham cargos de liderança de equipas, de projectos ou de negócios fizessem um upgrade às suas competências”, considera Pedro Brito, associate dean para a Formação de Executivos na Nova SBE. Nesse sentido, a instituição de Cascais viu “aumentos brutais” na procura por “tudo o que diga respeito à parte mais soft de gestão de equipas à distância, inteligência emocional, capacidade de fazer melhores escolhas em situações de crise e de aumentar os níveis de confiança”.

Na Católica — Lisbon School of Business & Economics, “a parte comportamental foi muito importante ao preparar o novo ano lectivo, sobretudo perante o grande desafio que é a pandemia”, sublinha Céline Abecassis-Moedas, directora da formação de executivos. Assim, os cursos relacionados com “liderança e negociação” são “o que as empresas mais procuram neste momento” — o número de empresas que procuraram estes programas para os seus trabalhadores quase duplicou num ano, afirma. No que diz respeito a clientes individuais (indivíduos que por sua iniciativa decidiram inscrever-se nestas áreas) o número cresceu 30%.

Mais a norte, na Porto Business School (PBS), relata-se a mesma tendência. A procura por cursos relacionados com “pessoas e liderança” tem sido “muito grande”, mas com ênfase “nos momentos de crise” através de “programas mais curtos”, conta a associate dean, Patrícia Teixeira Lopes. Nesses casos, a opção por formações mais rápidas mostra que preocupação não está na “formalização dos créditos” em programas que confiram graus superiores aos participantes, mas sim na “especialização em temas que são muito importantes neste momento”.

Há, inclusivamente, quem se vire para um ramo da psicologia para melhorar o rendimento no local de trabalho. No Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa a pós-graduação em Psicologia Positiva Aplicada tem sido “um sucesso enorme”, revela Alice Trindade. E o que é que se aprende? Segundo a vice-presidente e directora do Instituto de Estudos Pós-Graduados do ISCSP, trata-se de “um estudo científico relacionado com robustecer os indivíduos para que nas suas profissões, sejam elas quais forem, tenham atitudes e acções propiciadoras de melhor desempenho”. Com uma “forte internacionalização”, mesmo a nível de professores, o curso atrai profissionais que vão “de professores a médicos, arquitectos e economistas” que podem “adquirir um tipo de soft skills que normalmente não se adquire nos cursos superiores”.

Outra das tendências está na preferência por pós-graduações e cursos executivos, programas mais curtos, mas também mais baratos e especializados do que mestrados ou MBA — sigla para Master of Business Administration. Porquê? “Não é ter um grau que faz falta. O que faz falta é aprender como resolver rapidamente um problema que se tem entre mãos”, esclarece Céline Abecassis-Moedas. Uma vez que as pós-graduações duram em média um ano lectivo, muitas vezes em regime pós-laboral e na maioria dos casos com atribuição de créditos ECTS — que são “uma porta aberta” para quem quiser prosseguir estudos, aponta Alice Trindade — a pandemia ajudou a valorizar esta opção. “Este ano batemos recordes nas inscrições nas pós-graduações muito porque, neste contexto, as pessoas precisam de ganhar factores de diferenciação e ferramentas para que possam fazer transformações relevantes nas suas organizações”, argumenta Pedro Brito.

A enorme diferença de preço das várias formações disponíveis também pesará. Em algumas instituições de ensino, um MBA de um ano e meio pode custar mais de 20 mil euros, enquanto uma pós graduação de um ano ronda os seis mil euros. Para além das diferenças entre programas, também as há entre instituições, já que é possível encontrar-se mestrados de dois anos que custam cerca de 2500 euros. Nos programas desenhados para as empresas, mais uma vez há preços para todos os orçamentos, com algumas das formações a durarem uma tarde, por 45 euros.

Turismo e saúde surpreendem

Também existem casos de popularidade em ano de pandemia que surpreendem mais os responsáveis das instituições. A pós-graduação em Gestão de Serviços de Saúde na PBS foi “a que mais candidaturas atraiu”, revela Patrícia Teixeira Lopes. Um aumento para o dobro, diz, acrescentando que não contava com ele. O curso é procurado sobretudo por médicos, fisioterapeutas e enfermeiros. “Verificamos que há um conjunto de profissionais de um sector que foi bastante abalado e no qual os profissionais estão a perceber que se calhar está na altura de obter outras competências complementares e eventualmente mudar um bocadinho de vida.”

Outra surpresa na escola do Porto foi a capacidade de manter uma turma na pós-graduação em Gestão do Turismo e Hotelaria. “Eu admitiria em Março ou Abril que poderia ser um curso sem procura nenhuma”, diz Patrícia Teixeira Lopes, mas a reformulação do currículo agora desenhado para “como se pode inovar num sector que tem que ser repensado” contrariou as previsões negativas.

Não é caso único. De facto, o interesse por formação em turismo até “aumentou bastante” no Instituto Politécnico de Coimbra. Jorge Conde, o presidente da instituição explica que, na prática, são “profissionais que já estão no terreno e procuram alguma especialização” num sector que “precisa de se reformular” devido à pandemia.


Se os cenários decorrentes da evolução da pandemia se alteram rapidamente, então são cada vez mais os executivos que procuram os programas que lhes dão maior capacidade de previsão e gestão dessa realidade. “As empresas perceberam que não sabem quando é que esta pandemia se vai retirar”, introduz Pedro Brito, e, por isso, “ganharam consciência de que vão ter que estar recorrentemente a fazer cenários atrás de cenários para poderem ter planos alternativos face a acontecimentos internos e externos”. Conclusão: “Procuram cada vez mais os programas de cenarização” da Nova SBE.

A transição para um regime de teletrabalho, em que muitas empresas ainda se encontram, trouxe consigo preocupações redobradas com a cibersegurança e, por consequência, mais procura pelos programas relacionados com o tema na UNAVE — Associação para a Formação Profissional e Investigação da Universidade de Aveiro. As empresas “decidiram dar formação não só aos técnicos, como também a todos os trabalhadores para garantir que têm pelo menos o mínimo de boas práticas”, afirma Mário Rodrigues, presidente da comissão executiva da associação.

Procura individual aumenta, empresas apostam menos

Num aspecto, todas as instituições contactadas pelo PÚBLICO concordam: em anos de crise, a procura por parte de alunos individuais aumenta, enquanto os programas para empresas diminuem. Vê-se hoje o mesmo que se viu na anterior crise económica que espoletou em 2008.

O que leva as pessoas a procurar a formação? Por um lado, trata-se “tipicamente de pessoas que estão empregadas, mas que compreendem a necessidade de evoluir profissionalmente e ganhar diferenciação no mercado que é competitivo”, alega Pedro Brito, da Nova SBE. Já Patrícia Teixeira Lopes, da PBS, refere que “este é o momento em que as pessoas têm a oportunidade de parar” e pensar na formação, seja porque “a empresa em que estão está com menos actividade ou porque perceberam que aquela área de negócio não vai ser interessante no futuro”.

“Em alturas de prosperidade, as pessoas podem já estar satisfeitas com os seus empregos e não querem sacrificar o seu tempo a apostar na formação”, aponta Céline Abecassis-Moedas, da Católica. Por seu lado, Jorge Conde, presidente do Politécnico de Coimbra lembra que “podemos estar a falar de pessoas que foram despedidas e por isso agora têm mais tempo”, mas também justifica com o exemplo de “jovens que acabaram as licenciaturas e pensavam ir para o mercado de trabalho, mas como as coisas estão, viram-se para os mestrados porque não têm emprego lá fora”.

O resultado é que a maioria das instituições reporta aumentos no número de alunos nos programas de mestrados e pós-graduações para executivos. Já quanto às formações para as empresas, programas que muitas vezes são desenhados especificamente de acordo com os pedidos de cada uma das corporações que as oferecem aos seus colaboradores, o cenário inverte-se e as expressões mais ouvidas são “quebra” e “decréscimo” em termos globais, mesmo que em determinados programas tenham havido crescimentos consideráveis.

Pedro Brito fala num estado de “stand by” por parte das empresas “para ver o que é que acontece” e decidir “em que vão investir o seu dinheiro e o tempo dos colaboradores”. Já Patrícia Teixeira Lopes admite que “as empresas estão com alguma contenção orçamental”, o que fez “reduzir os orçamentos para a formação”. No caso da UNAVE, reporta-se uma quebra de 55% na procura desses clientes, num mercado que “está muito parado”.

9.9.20

Entroncamento | Grupo de formação de maioria cigana é exemplo de integração (c/ vídeo)

in MediaTejo

De um total de 17 formandos que frequentam uma ação de formação no Entroncamento, só três é que são “paítos”, designação que os da etnia cigana dão aos não ciganos. Destinada a desempregados de longa duração, a ação está a ser um sucesso e enquadra-se no Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (PO ISE) do Fundo Social Europeu que inclui vários módulos formativos na área do trabalho social e orientação.

Pela cor da pele, pela forma como se apresentam e pela maneira de falar percebe-se que são pessoas de etnia cigana. E estão em maioria nesta turma de formação que está criada no Entroncamento há cerca de dois anos.

Quando visitámos o grupo, numa sala na rua 1º de Maio, decorria mais uma sessão de uma UFCD – Unidade de Formação de Curta Duração desta vez sobre animação cultural com a duração de 50 horas.

A formadora Carla Ildefonso estava acompanhada por Rita Rodrigues, da empresa Planeta Informático, promotora da ação de formação. Na ocasião resolviam-se questões burocráticas de calendário e assiduidade.

O ambiente é calmo e percebe-se que todos estão ali movidos pelo objetivo de aprender algo mais e aproveitar o momento de convívio, além de acrescentarem alguns euros ao seu rendimento.

Ciganos e “paitos” estão unidos pela formação, “como se fosse uma família”, refere uma das formandas mais velhas. Pelo que percebemos todos se mostram satisfeitos com o decorrer das ações em que a formadora Carla Ildefonso é a responsável.

“Damo-nos todos muito bem uns com os outros, aqui somos todos iguais, somos uma família”, afirma Natália Lopes, 62 anos, quando questionada pelo mediotejo.net. Entre as várias mulheres formandas, é a única não cigana.

Elogia os colegas e a formadora Carla. “É uma excelente professora, explica muito bem. Não nos dá descanso, é exigente, mas colabora connosco”. Revela que a formação ajudou-a a ultrapassar uma fase difícil de depressão.

Aos 50 anos e já com alguns anos de experiência como formadora em ambientes hostis como por exemplo em estabelecimentos prisionais, Carla Ildefonso encara a formação a uma turma maioritariamente de etnia cigana, como um desafio idêntico a outras ações.

“Gosto muito de estar com eles, já tenho uma relação pessoal com todos e não olho para eles como sendo de etnia, até me esqueço”, refere a formadora que acompanha este grupo há cerca de dois anos e com quem já criou laços. Confessa que, “por vezes até é mais difícil dar formação “aos senhores” como eles dizem (designação dada aos não ciganos)”.

Reconhece que “por vezes há choques de personalidade, mas isso nada tem a ver com o facto de serem ou não da etnia”. Outra questão sensível tem a ver com questões de diferenças culturais. Temas como a sexualidade por exemplo são consideradas tabu porque na cultura cigana têm outro tipo de abordagem.

Todos os alunos com quem falámos são unânimes em elogiar a formação e a formadora, estando disponíveis para participar noutras ações que venham a surgir.

Délio Bruno, 33 anos, não tem dúvidas de que esta aprendizagem “é uma mais-valia para a integração no mercado de trabalho”. Não consegue apontar dificuldades até porque “a formadora Carla é excelente na forma como ensina”.

Para Manuel Romão, 55 anos, “nunca é demais aprender. Quando era mais novo não me foi dada a oportunidade e por isso há que aproveitar, é sempre bom”. É com este espírito que tem participado nas várias ações de formação desde há cerca de dois anos a esta parte. “Nós queremos aprender mais e esta é uma oportunidade que estamos a aproveitar, é muito útil”, assegura.

Prosseguindo a ronda por alguns formandos, falamos com Luís Lopes, 62 anos, que não pertence à etnia maioritária naquela sala. Sobre o tema da ação (animação cultural) diz que “já tinha ouvido falar sobre alguns assuntos assim por alto”, mas agora “estamos a profundar um pouco mais, o que nos dá uma valorização muito grande”.

A sua opinião sobre a turma reforça a ideia do bom ambiente e camaradagem que existe. “Há uma ótima interação, é espetacular, é um grupo mesmo com “G” grande”, reconhece.

Rita Rodrigues, da empresa de formação e consultoria Planeta informático, com sede no Porto, mas com ações um pouco por todo o país, aponta como objetivo desta formação que os formandos, no final, saiam mais capacitados depois de um percurso formativo preenchido com um leque variado de aprendizagens que vão fazendo.

Destinada a desempregados de longa duração, a ação enquadra-se no Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (PO ISE) do Fundo Social Europeu e inclui várias UFCDs na área do trabalho social e orientação.

5.8.20

Ação de Formação – Entrevista Motivacional: motivar as famílias para a mudança

in Notícias de Viseu

O Núcleo Distrital de Viseu da EAPN Portugal irá realizar a ação de formação “Entrevista Motivacional: motivar as famílias para a mudança”, que decorrerá em formato online, nos dias 15, 17, 22 e 24 de setembro de 2020, das 14h às 17h (duração de 12 horas), através da plataforma Zoom.

A ação é destinada a profissionais que desenvolvem intervenção social e tem como objetivos específicos: Conhecer a importância de motivar as famílias para a mudança, bem como as fases do processo de mudança na família; Conhecer e experimentar a técnica da Entrevista Motivacional enquanto ferramenta para promover e motivar a mudança nas famílias.

Será uma formação ministrada por Catarina Rivero: Professora Auxiliar Convidada no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa. Psicóloga e membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses, especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, com especialidades avançadas em Psicoterapia e Psicologia Comunitária. É Psicóloga Clínica pela Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade de Lisboa. Tem formação em Terapia Familiar pela Associação Portuguesa de Terapia Familiar e Comunitária. É Master em Terapia Familiar e Sistemas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sevilha. Possui Mestrado Executivo em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade de Lisboa (ISCSP-UL). Tem ainda Mestrado em Sociedade, Risco e Saúde (ISCSP-UL), onde estudou o impacto de fatores da sociedade no bem-estar e na depressão dos cidadãos europeus. É co-autora do livro Positiva-Mente (Esfera dos Livros) e do Manual de Práticas Positivas e Colaborativas em Intervenção Social (EAPN Portugal). É presidente da Associação Portuguesa de Terapia Familiar e Comunitária, e membro fundador da Associação Portuguesa de Estudos e Intervenção em Psicologia Positiva. Exerce Psicoterapia Individual, Familiar e de Casal em consultório privado, e colabora com diversas entidades enquanto formadora. Mais informações em www.catarinarivero.com.

O prazo para a receção de inscrições termina a 10 de setembro de 2020 e as inscrições são limitadas a 25 participantes.

31.7.19

Banco de Portugal vai dar formação à Segurança Social e IEFP para promover serviços mínimos bancários

Diogo Cavaleiro, in Expresso

Quando um utente for atendido num balcão da Segurança Social, deve poder receber informações sobre a existência das contas de serviços mínimos bancários. É com base nessa ideia que o governador, Carlos Costa, e o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, vão assinar um protocolo de cooperação

O Banco de Portugal vai dar formação aos trabalhadores da Segurança Social e do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para que seja promovido o recurso aos serviços mínimos bancários, uma conta de custo reduzido que permite o acesso a um conjunto de operações essenciais.

“O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e o Banco de Portugal vão trabalhar em parceria para promover os serviços mínimos bancários junto dos cidadãos”, revela um comunicado enviado às redações pelo gabinete de Vieira da Silva esta sexta-feira, 26 de julho, dia que é assinado um protocolo de cooperação entre o ministro e o governador, Carlos Costa.

A justificação para este envolvimento entre a autoridade administrativa e o Governo é que os serviços tutelados pelo Ministério do Trabalho lidam diretamente com os “cidadãos destinatários dos serviços mínimos bancários”. “Considerou-se que os serviços de atendimento ao público da Segurança Social e do IEFP, bem como os sites institucionais destes organismos, seriam locais privilegiados para a divulgação de informação, seja através de vídeos institucionais, cartazes ou folhetos, cumprindo as regras de acessibilidade em Língua Gestual Portuguesa ou através da impressão em Braille”.

Daí que este protocolo também preveja “a realização de ações de formação promovidas pelo Banco de Portugal dirigidas aos colaboradores, em particular aos que têm contacto com o público, do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, do Instituto da Segurança Social, do Instituto de Emprego e Formação Profissional e do Instituto Nacional para a Reabilitação”.

Na prática, quando um utente é atendido num balcão da Segurança Social ou num centro de emprego, deve poder receber informações sobre a existência das contas de serviços mínimos bancários.

Contas têm crescido mas BdP quer mais
Todos os bancos são obrigados, desde 2015, a disponibilizarem contas de serviços mínimos bancários, que asseguram o acesso a um conjunto limitado de operações para quem tenha apenas uma conta à ordem (abertura e manutenção, cartão de depósito, depósitos e transferências) a um custo limitado. Em 2019, o custo anual destes serviços tem um tecto de 4,35 euros, que corresponde a 1% do indexante dos apoios sociais.

“No final de 2018, estavam abertas 59.173 contas de serviços mínimos bancários, o que corresponde a um crescimento de 32,6% face ao final de 2017 (mais 14.555 contas)”, revelou o Banco de Portugal no relatório de supervisão comportamental relativo ao ano passado. O número tem vindo a subir desde 2015, ano que tinha terminado com 24.068 contas abertas com estas condições.

O supervisor tem empreendido a promoção deste tipo de contas porque, como explica nesse relatório, “o acesso a uma conta de serviços mínimos bancários é um direito conferido por lei, cujo exercício depende da manifestação da vontade dos clientes”. “A divulgação de informação sobre os SMB assume um papel determinante para que os clientes tenham conhecimento da existência destas contas e das suas características e possam exercer este direito”, continua.

A assinatura do protocolo para esta disseminação é feita entre o Banco de Portugal e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de um Governo com que o supervisor tem tido divergências, sobretudo com o Ministério das Finanças.

26.7.19

Formação sobre Inteligência Emocional em Farminhão

in Diário de Viseu

Formação sobre Inteligência Emocional em Farminhão INICIATIVA O Núcleo Distrital de Viseu da EAPN Portugal realiza, nos dias 18 e 19 de Setembro, a segunda edição da acção de formação ‘Inteligência Emocional: Como promover a autoconsciência e autogestão emocional nas pessoas e organizações?’, que decorrerá nas instalações da Associação de Solidariedade Social de Farminhão.

A acção é destinada a técnicos, coordenadores de equipas, directores técnicos e dirigentes de organizações sociais ou entidades públicas e privadas, projectos ou medidas como CPCJ, RLIS, NLI, RSI, CLDS 3G/4G, Escolhas 7G.
A formação tem como objectivos tomar consciência da importância da gestão emocional, conhecer e aplicar as cinco etapas da gestão emocional segundo Daniel Goldman, adquirir ferramentas de gestão emocional nas relações interpessoais e promover emoções positivas.

A formação será ministrada por Núria Mendoza, que é psicóloga e coach, pós graduada em coaching psicológico, certificada em coaching, programação neurolinguística, inteligência emocional, inteligência positiva, storytelling e hipnose.

O prazo para inscrições decorre até 11 de Setembro.
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2.8.18

Instituições de voluntariado vão ter acesso a fundos públicos para formação

in Solidariedade.pt

PLATAFORMA "PORTUGAL VOLUNTÁRIO"

As organizações de voluntariado e as pessoas interessadas nessas ações passam, a partir de agora, a poder encontrar-se numa plataforma informática chamada "Portugal Voluntário", que visa facilitar o processo e reforçar a área, anunciou o ministro do Trabalho.

"Aquilo que nós fizemos foi facilitar o voluntariado através de um encontro mais acessível de quem procura desenvolver estas ações, ou seja, de quem tem disponibilidade e vontade e quer assumir esse compromisso de uma forma estável e relativamente prolongada, e as instituições que têm capacidade de acolhimento e interesse em ter voluntários", explicou o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, em declarações à agência Lusa.

Com a criação desta plataforma, está previsto, segundo o ministro, haver um "contributo positivo" para o reforço desta área, que "tem uma tradição e inserção social muito profunda em Portugal".
"Por vezes, as pessoas querem desenvolver alguma atividade, mas não sabem bem onde nem como, e esta plataforma vai ser um instrumento útil para quem já está organizado, e para quem se queira organizar, para desenvolver esse trabalho", afirmou.

As instituições de voluntariado vão ter acesso a fundos públicos para ações de formação para enquadrar e organizar as pessoas interessadas nestas ações.
Por outro lado, passa a existir a possibilidade de as pessoas beneficiarem de um seguro, pago por fundos públicos.

"Vai haver um seguro que lhes garante a cobertura de riscos, quer para o voluntário quando está a desenvolver a sua ação, quer para ações que possam inadvertidamente provocar danos ou consequências noutros", salientou o ministro Vieira da Silva.

Em quatro anos o montante global é de 3,5 milhões de euros, mas a quantidade disponível para cada pessoa será negociada com as entidades seguradoras.

19.7.18

IEFP admite erros na contagem das horas de formação

in Notícias ao Minuto

O presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) admitiu hoje erros na contabilização das horas de formação, afirmando que os resultados da reanálise dos processos dos formadores que trabalham a recibo verde serão transmitidos "oportunamente".

António Valadas da Silva falava hoje no Parlamento a pedido do Bloco de Esquerda "sobre o destino dos 832 formadores precários aprovados que só têm 446 vagas disponíveis", no âmbito do processo de integração de precários no Estado (PREVPAP).

Segundo o responsável, após as inúmeras reclamações relativas à contabilização das horas de formação - um dado essencial para ter ou não acesso ao Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários da Administração Pública (PREVPAP) e que serve de base à abertura de vagas - o IEFP solicitou uma reanálise dos pareceres em todo o país, onde foram detetados erros.

Os dados foram enviados à Comissão de Avaliação Bipartida (CAB) do Trabalho e Segurança Social e os resultados desta reanálise serão "transmitidos oportunamente".

Valadas da Silva garantiu que o instituto está a procurar dar uma resposta "empenhada, rigorosa, célere e colaborativa" a estes processos, mas as palavras não convenceram os deputados da oposição.

Do BE, Isabel Pires insistiu em saber o motivo que deu origem ao erro, considerando que tal não foi esclarecido pelo IEFP e falou da situação dos trabalhadores em "falso 'outsourcing'" na linha de atendimento, que trabalham "há vários anos e respondem a necessidades permanentes" do instituto.

Também questionou o motivo de estarem a entrar novos formadores com "falsos recibos verdes" numa altura em que o instituto está perante um processo de integração de precários.

Do PCP, a deputada Rita Rato defendeu que o IEFP está "perante uma oportunidade histórica" e que "todos os formadores devem ser vinculados" neste processo.

"Não tenho dúvida que não há formadores a mais no IEFP e todos, independentemente do número de horas, tem direito a ser integrados porque respondem a necessidades permanentes e alguns há décadas", disse.

"O IEFP tem obrigação e responsabilidade moral e ética para manter um quadro estável de formadores", acrescentou.

Do PSD, Carla Bastos lamentou que "a primeira vinda do presidente do IEFP ao parlamento seja para se expor a erros, que dizem respeito à falta de compromissos do Governo".

"Temos recebido inúmeras exposições dos formadores, problemas que refletem falta de rigor, justiça e equidade", disse a deputada, lamentando que o processo de integração de funcionários "não avança" e os "erros estão sempre a ser expostos".

O PSD gostaria de saber se na seleção dos formadores, além dos critérios vai associar o plano de formação que tem para levar a cabo.

Do CDS-PP, António Carlos Monteiro lamenta que neste caso se comprove que "o que nasce torto tarde ou nunca se endireita" e que o processo se continue "a arrastar" sem solução à vista para os trabalhadores envolvidos.
No início do mês, a Associação Portuguesa de Formadores (APF) entregou uma carta no Ministério do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, a reclamar a correção dos erros encontrados no processo de regularização dos vínculos precários dos Formadores do IEFP.

A carta, dirigida ao ministro Vieira da Silva, chamava a atenção para os erros encontrados pela APF na contagem das horas de formação dada pelos candidatos ao Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP).

Segundo a mesma fonte, foram detetadas centenas de erros, assim que foram tornadas públicas as listas de candidatos, nomeadamente nos processos dos 64 formadores que foram excluídos.

O IEFP promove cursos de formação profissional, assegurados por cerca de 3.900 formadores em regime de trabalho independente.

Cerca de 1600 formadores entregaram o seu requerimento ao PREVPAP e a respetiva comissão de apreciação notificou publicamente 749 formadores "com possível parecer não favorável, com base em dados errados fornecidos pelo IEFP", disse Susana Jorge, da APF.