17.3.09

Europeus e americanos defendem expulsão de imigrantes sem emprego

in Jornal Público

Europeus e americanos acham que, face ao desemprego, se deve pedir aos imigrantes que não tenham trabalho que se vão embora. Esta foi a conclusão de uma sondagem FT/Harris publicada ontem pelo Financial Times, indicando um aumento do receio de competição laboral.

Mais de três quartos dos italianos e britânicos (79 e 78 por cento, respectivamente) e a maioria na França, Alemanha, Espanha e EUA apoiariam que os seus Governos mandassem os imigrantes embora. A maioria dos britânicos veria com bons olhos que a expulsão incluísse outros cidadãos da União Europeia. Na Alemanha, metade concorda com a medida; mas já a maioria dos espanhóis e italianos não se opõe a que cidadãos europeus permaneçam no seu país.

Os resultados da sondagem (ouvindo 6538 cidadãos nos cinco maiores países da União Europeia e nos EUA) sugerem que o aumento do desemprego poderá levar a imigração para o topo da agenda política, e que uma das consequências poderá ser um aumento no apoio aos partidos da extrema-direita na Europa.

"Os números não são uma surpresa, são uma preocupação e isso principalmente porque o público não acredita que o Governo controla a situação", comentou ao diário Phil Woolas, ministro britânico da Imigração.

Os níveis de desemprego aumentaram na Europa e nos Estados Unidos como resposta à crise económica global. O desemprego ultrapassou os 14 por cento em Espanha (que tem cinco milhões de imigrantes), na Alemanha sete por cento e em França oito por cento, refere a Reuters. No Reino Unido, há uma década que o desemprego não era tão alto.
O mesmo estudo indica que metade dos cidadãos alemães e americanos acreditam que o mercado livre poderá ajudar significativamente o seu país a sair da recessão; um optimismo que não é partilhado por italianos e britânicos (apenas um terço tem essa opinião).

79% dos italianos veriam com bons olhos que os imigrantes no seu país fossem mandados embora. No Reino Unido, 78 por cento não se importariam que a medida incluísse cidadãos de outros países da UE