in Diário de Notícias
Dentro de cinco anos, a Zona Euro deixará de existir tal como é hoje, devido à crise financeira que está a abalar muitos dos países europeus. O aviso é de uma dezena de economistas da City, questionados pelo Sunday Telegraph. "O mais surpreendente deste inquérito, que abrangeu um total de 25 economistas, é que mais de metade deles prevê o fim do euro; há um ano muito poucos arriscavam o desaparecimento da moeda única", escreve o jornal britânico, que hoje publica na íntegra as respostas dos especialistas a 10 questões, que vão desde o crescimento ao défice público. "Há praticamente zero probabilidades da Zona Euro sobreviver na sua forma actual", considera Andrew Lilico, economista-chefe do grupo de reflexão; "Pode mesmo não sobreviver à próxima semana", alerta Doug McWilliams, do Centro de Pesquisas Económicas e de Negócios (CEBR). Os resultados do inquérito do Sunday Telegraph não podiam ser mais preocupantes: 12 economistas prevêem o fim do euro no prazo máximo de cinco anos; oito acreditam que a Zona Euro irá sobrevir à tempestade financeira, sem amputações; e cinco estão indecisos. "Os alemães não estão dispostos a pagar pelos outros e poderão sair", conclui David Blanchflower, ex-conselheiro do Banco de Inglaterra. "O euro dificilmente sobreviverá na forma actual. A Zona Euro vai perder três ou quatro membros - Grécia, Portugal e até talvez a Irlanda - ou poderá ruir, devido às enormes tensões entre a França e a Alemanha", diz Tom Congdon, um consultor internacional. Hoje, os ministros das Finanças do Eurogrupo vão reunir no Luxemburgo para analisar as medidas adicionais adoptadas por Portugal e Espanha. Mas também discutir as medidas que possam prevenir a repetição de futuras crises como a actual.