20.4.13

Consumo de drogas e álcool diminuiu nos últimos cinco anos

in Jornal de Notícias

O consumo de drogas e álcool entre os portugueses diminuiu em 2012 face a 2007 e situa-se abaixo da média europeia, sendo mais prevalente nos homens do que nas mulheres, segundo resultados de um inquérito divulgados esta sexta-feira.

Os dados provisórios do "III Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral - Portugal 2012" apontam para uma redução do consumo de substâncias ilícitas e lícitas tanto ao longo da vida, como do último ano e do último mês, quando comparados com os resultados do inquérito de 2007.

Este estudo baseia-se em três inquéritos realizados em 2001, 2007 e 2012 à população dos 15 aos 64 anos - em 2012 foi considerada a população até aos 74 anos, mas para efeitos de comparação analisou-se apenas até aos 64, ficando os restantes para posterior apresentação.

Nos três períodos em análise, as prevalências dos consumos de substâncias psicoativas, em particular as ilícitas, situam-se "abaixo das médias registadas noutros países europeus".

A tendência de evolução dos consumos no geral é marcada por um aumento de 2001 para 2007 e de uma redução ou estabilização de 2007 para 2012.

No que respeita ao consumo de qualquer substancia ilícita ao longo da vida (experimentação), a prevalência nos três anos em estudo foi de 7,8% (2001), 12% (2007) e 9,9% (2012).

No entanto, se for considerado o último ano (consumos recentes), a evolução foi de 3,4%, 3,7% e 2,7%, e no último mês (consumos correntes) foi de 2,5%, 2,5% e 1,7%.

"Uma leitura feita no sentido da redução é possível quando atentamos no facto de, no plano de qualquer substância ao longo da vida, terem diminuído, em 2012, os consumos recentes e correntes, na ordem dos 2% em relação a 2007", revela o estudo, que inquiriu mais de 6.000 pessoas.

Este padrão de redução verifica-se quando se avalia em detalhe cada uma das drogas ilegais, com exceção do ecstasy e do LSD, relativamente aos quais os consumos correntes se mantêm.

No caso do LSD verifica-se mesmo um aumento dos consumos recentes.

Quanto às substâncias lícitas (álcool, tabaco e medicamentos) verifica-se a tendência de redução ao longo da vida, quando se compara 2007 com 2012.

A prevalência de consumo de bebidas alcoólicas em 2012 foi a mais baixa (74%), quando comparada com 2007 (79,1%) e com 2001 (75,6%).

Entre os consumidores de álcool, 23% apresentam risco excessivo no que respeita ao tipo de consumo, equanto os restantes 77% apresentam baixo risco.

No caso do tabaco, o consumo ao longo da vida registado em 2012 foi de 47%, bastante superior ao de 2001 (40,2%), mas ligeiramente inferior ao de 2007 (48,9%).

A avaliação do grau de dependência revela que esta é elevada para 9,4% dos fumadores, moderada para 34,6% e baixa para 56%, sendo o grau de motivação para deixar de fumar baixo para 85,5% dos fumadores, moderado para 12,9% e elevado para apenas 1,6%.

O consumo das "legal highs" - vulgarmente designadas drogas legais - ao longo da vida é declarado por um grupo reduzido de pessoas (0,4%), maioritariamente jovens, que as adquirem normalmente em smartshops (44%).

No geral, os consumos são mais prevalentes entre os homens do que entre as mulheres, com exceção da cocaína, das bebidas alcoólicas e do tabaco, em que a proporção é idêntica.

Relativamente à idade, os consumos de drogas ilícitas ao longo da vida estão associados às camadas mais jovens (15-34 anos), com 14,9% dos inquiridos a declarar ter consumido.

Deste total, 22,8% eram homens e 6,8% mulheres, percentagem que baixa para 10,8% e 3,1%, respetivamente, quando se fala do grupo etário entre os 35 e os 64 anos (prevalência total do grupo é de 6,8%).