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Número de inscritos nos centros de emprego caiu em Março para 734 mil, na segunda queda mensal consecutiva, embora em termos homólogos o aumento seja ainda de dois dígitos.
No final de Março estavam inscritos nos centros de emprego em Portugal 734.448 pessoas, o que corresponde a uma diminuição de 5.163 no desemprego registado face a Fevereiro, mês em que a variação mensal já tinha sido negativa.
Apesar destas duas quedas mensais consecutivas, que sinalizam um abrandamento na escalada do desemprego em Portugal, o desemprego registado verificado no mês passado continua a ser bem superior ao número de inscritos de Dezembro de 2012 (710.652).
Na variação homóloga do desemprego registado, as subidas continuam a ser de dois dígitos. Ao número de inscritos verificado em Março corresponde um aumento homólogo de 11%, de acordo com os dados publicados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
No mês de Março inscreveram-se nos centros de emprego 63.494 desempregados, ou seja, uma média de 85 pessoas por hora. Um em cada três desempregados recorreu aos centros de empregos porque tinha chegado ao "fim o trabalho não permanente”, seguindo-se os “despedidos” (15,6% do total de inscritos em março).
O número de pessoas que está há mais de um ano à procura de emprego aumentou 30,2% em relação a março de 2012. Os dados do IEFP revelam que o aumento do desemprego verificou-se na procura do primeiro emprego (mais 22,7% que em 2012) mas também entre quem procurava um novo emprego (+10,1%).
No que se refere à escolaridade dos inscritos e comparando com o ano anterior, verifica-se um agravamento da situação em todos os níveis, com especial destaque para o ensino superior (mais 31,9%).
O desemprego aumentou no último ano em todas as regiões do país e ilhas. Já numa comparação com o mês anterior, verifica-se uma diminuição do desemprego em todas as regiões, à exceção do Alentejo e Açores (mais 0,2% e 0,8% respetivamente).
Mais de metade dos desempregados pertencem a cinco grupos profissionais: “pessoal dos serviços de proteção e segurança” (88.789), “trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio” (80.132), “operários e trabalhadores similares da indústria extrativa e construção civil” (68.959), “empregados de escritório” (68.453) e “trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora” (59.065).
Foi entre os “quadros superiores da administração pública”, um grupo pouco expressivo no total do desemprego, e entre os “docentes do ensino secundário, superior e profissões similares” que se registou um maior aumento de desemprego no último ano. Os professores desempregados aumentaram 73,7% em relação a 2012.
A maioria das pessoas que recorreu aos centros para encontrar um novo emprego tinha trabalhado em atividades do sector dos “serviços”, com maior relevância para as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” e o “comércio por grosso e a retalho”, indica o relatório divulgado no site do IEFP.
Em Março houve um aumento de ofertas de emprego. No final do mês, havia 11.789 ofertas de emprego por satisfazer (mais 26,8% face a igual período de 2012 e mais 7,9% em relação ao mês anterior).
Só em Março chegaram aos centros de emprego 9.650 novas ofertas de emprego (mais 28,4% do que há um ano e mais 26,0% do que em Fevereiro).
Mais de metade das ofertas era para trabalhar nas áreas das actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio, alojamento e restauração, administração pública, educação, atividades de saúde e apoio social assim como comércio por grosso e a retalho e construção.
Março foi também um mês em que 6.029 pessoas arranjaram trabalho através dos centros de emprego (mais 47,6% relativamente ao mês homólogo de 2012 e mais 26,6% do que em fevereiro).
A maioria conseguiu emprego na área de “trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora”, “pessoal dos serviços, de proteção e segurança", “outros operários, artífices e trabalhadores similares”, “operadores de máquinas e trabalhadores de montagem” e “trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio”.
Em Fevereiro de 2013, a taxa de desemprego em Portugal situou-se nos 17,5%, a terceira taxa mais alta na União Europeia, segundo dados do Eurostat. O Governo prevê que a taxa de desemprego atinja os 18,2% este ano e uma recessão de 2,3%.