por Filomena Barros, in RR
Associação de creches queixa-se de que os colégios da rede solidária têm comparticipação do Estado, mas não atendem muitos dos casos de famílias carenciadas.
Muitas crianças estão a ser retiradas das creches por falta de pagamento. Os pais estão a ficar sem dinheiro para pagar as mensalidades e procuram alternativas para deixar as crianças.
Há menos alunos, por desistência, mas sobretudo porque as famílias deixam de ter condições para pagar a mensalidade. Este impacto da crise económica atinge os pequenos colégios privados, que começam a ter vagas pela primeira vez em anos.
Susana Batista esteve na origem da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Privados, há seis anos, e admite que muitas famílias procuram outras respostas. “Ou conseguem uma ama a um preço muito mais barato, ou as crianças ficam com as famílias”, observa.
Os colégios privados procuram dar respostas sociais, mas não chegam a todos. A associação queixa-se do que chama concorrência desleal: os colégios da rede solidária têm comparticipação do Estado, mas não atendem muitos dos casos de famílias carenciadas.
O Estado paga 246 euros por criança numa Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), seja uma família carenciada ou não.
É o que está previsto na lei, mas a Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Privados defende a revisão de critérios e a liberdade de escolha dos pais, mas também anda preocupada com os postos de trabalho que estão em risco se os colégios continuarem a perder alunos.