in Público on-line
A população portuguesa empregada a tempo parcial era superior a 13% em 2011, percentagem mais elevada desde 1983, segundo a Pordata.pt que, na segunda-feira, lança o livro digital de indicadores estatísticos do país.
Pelo terceiro ano consecutivo, a base de dados Pordata.pt faz um retrato de Portugal com dados dos indicadores de 2011, que mostram que a duração média de trabalho semanal dos trabalhadores por conta de outrém era de 35 horas e dos empregadores de 46 horas.
Os dados indicam também que os montantes de empréstimos da banca a particulares estão em queda, enquanto os depósitos a prazo dos particulares estão a aumentar.
O rendimento médio disponível das famílias voltou a ser inferior a 30.000 euros, a partir de 2011, ano em que voltou a atingir um recorde histórico o número de pensionistas da segurança social com pensões inferiores ao salário mínimo, atingindo quase os 1,5 milhões de pessoas.
Segundo os indicadores, em 2011 existiam 3.535.422 pensionistas da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações, representando 64% da população activa.
Os funcionários públicos reformam-se, em média, aos 60 anos, e os trabalhadores do sector privado aos 62 anos.
De acordo com os dados da Pordata, 15% da população residente em Portugal tem idade inferior a 15 anos, enquanto 19% tem 65 anos ou mais, destes quase metade (48%) tem mais de 75 anos.
As mulheres optam por ter o primeiro filho perto dos 30 anos e os casamentos estão em queda, principalmente os católicos. No início dos anos 1990, a maioria dos casamentos era de celebração católica e, actualmente, este tipo de celebração é inferior a 40%.
No tema “contas nacionais”, os dados mostram que Portugal passou de uma situação de deflação em 2009 para inflação em 2010 e, em 2011, a inflação mais do que duplicou face ao ano anterior.
A dívida das administrações públicas, em percentagem do Produto Interno Bruto, ultrapassou os 100% em 2011 e já equivale a 124% em 2012.
Foi nas últimas eleições legislativas, em 2011, que se bateu o recorde histórico de abstenção desde 1975, assim como foi batido o recorde nas presidenciais desse ano.
Em 2011, a lotação máxima das prisões voltou a ser ultrapassada, o que já não acontecia desde 2006, e o número de processos pendentes nos tribunais judiciais continua a ser o dobro ao de processos findos.
Os dados referem ainda que 5% da população portuguesa com dez ou mais anos não sabe ler, nem escrever, e que o número de habitantes por médico e por enfermeiro diminuiu significativamente nas últimas décadas, além do número de enfermeiros ser superior ao número de médicos.