por Erika Nunes, in Jornal de Notícias
Os portugueses são grandes compradores de fruta: por semana, compram entre 2 e 5 kg, aos quais se somam cerca de 2 kg de vegetais e legumes e 2 a 5 kg de batata.
A Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP) diz-se "encorajada a continuar no bom caminho" pelos resultados do estudo que encomendou.
A grande novidade é que os portugueses são exigentes na hora de escolher aqueles produtos e não há promoção que os convença a comprar fruta espanhola ou legumes franceses. “O consumidor escolhe primeiro o que é português, não por ser patriótico, mas porque tem consciência de que os produtos portugueses são bons e até mais seguros do que os importados”, adianta Domingos dos Santos, presidente da FNOP.
Apesar de três quartos dos consumidores adquirirem aqueles produtos frescos em hipermercados, o estudo revela que “ainda há muita gente a comprar nos mercados locais e diretamente ao produtor”, o que a FNOP considera positivo e revelador de que “nem sempre a estratégia de comunicação da Grande Distribuição é a mais adequada, ao enveredar pelas promoções, quando os consumidores não se importam de pagar mais caro por produtos nacionais”.
Não é uma questão de patriotismo e as exportações do sector comprovam a competitividade dos produtos hortofrutícolas portugueses. Este ano poderão duplicar em relação a 2010. “Exportámos 600 milhões de euros em 2010, 800 milhões em 2011 e éramos para ultrapassar os mil milhões em 2012, mas devido às greves dos portos, ficámos pelos 920 milhões. Este ano, vamos bem encaminhamos e vamos ultrapassar os mil milhões”, congratula-se Domingos dos Santos.
A fruta portuguesa não pode ser imitada, mesmo se a vizinha Espanha tem uma agricultura mais intensiva do que a nossa. “É do Atlântico, que nos arrefece o clima e dá mais tempo à fruta na árvore e, por isso, tem mais paladar do que a fruta espanhola”, explica o produtor. O Brasil está completamente rendido à pera rocha, que representa, sozinha, entre 10 e 15% das exportações do sector. E os restantes produtos, que também por cá aparecem importados por não sermos autossuficientes, saem em grandes quantidades para toda a Europa e Marrocos. “Couves, tomate, alfaces, maçãs, abóboras, cenouras, batatas, mirtilos...”, enumera Domingos dos Santos.