por Lusa, publicado por Ricardo Simões Ferreira, in Diário de Notícias
O número de imóveis entregues pelas famílias portuguesas aos bancos por falta de meios para os pagar diminuiu 60% no primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período do ano passado, avançou hoje a associação dos imobiliários.
De acordo com Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), as famílias entregaram 1.346 imóveis entre janeiro e junho.
No segundo trimestre, a redução do número de dações em pagamento foi de 11% face aos três meses anteriores, somando 707 imóveis, adianta a associação em comunicado hoje divulgado.
Este cenário é explicado pelo presidente da associação dos imobiliários, Luís Carvalho Lima, com as medidas apresentadas pelos bancos para facilitar o pagamento de dívidas.
A "quebra no número de imóveis entregues em dação em pagamento face ao período homólogo tem tudo a ver com as medidas de facilitação do pagamento de dívidas, que têm vindo a ser adotadas pelos bancos", afirmou aquele responsável em comunicado hoje divulgado.
Ao contrário das famílias, os promotores enfrentaram, no segundo trimestre, maiores dificuldades, garante a associação.
"Apesar do número de casas entregues pelas famílias registar um decréscimo, a entrega de imóveis feita por promotores imobiliários continuam a subir", avisou Luís Carvalho Lima.
"O arrefecimento do mercado imobiliário, aliado à instabilidade económica que afeta ao país, atinge de forma significativa quem investiu na promoção e no desenvolvimento de novos projetos e empreendimentos", argumentou o presidente da APEMIP, admitindo que "as dificuldades que os promotores hoje atravessam não são novidade".
Já em maio, Luís Lima alegava que a descentralização das dações em pagamento para fora dos grandes centros urbanos fazia depreender que as entregas são feitas cada vez mais por promotores.