in Jornal de Notícias
Alberto, 36 anos, Rui, 31, Jorge, 50, e Amaro, 48, não têm trabalho fixo há meses. Viviam do Rendimento Social de Inserção e de biscates que iam conseguindo. Alberto, que fez o sexto ano já adulto, e Rui, que já foi tratador do zoo de Santo Inácio, chegaram a ir até Espanha para garantir sustento. Jorge trabalhou numa fábrica em Matosinhos que fechou, "não ficando a dever nada a ninguém". Amaro, mais recatado, nada diz sobre o seu passado. Apenas afirma, com ar firme, que gosta da natureza, logo gosta desta ocupação.
Há sete meses que os quatro homens cuidam, entre as 8.30 e as 17.30 horas, do estuário do Douro, no Cabedelo, em Canidelo, em Gaia. A sua função principal é livrar a reserva natural de espécies infestantes, sobretudo chorões, mas acabam por limpar a zona (onde já se observaram 217 espécies) de todo o tipo de lixo: em três meses, retiraram três toneladas.