Raquel Albuquerque, in Expresso
Com o objetivo de “quebrar ciclos de pobreza”, olhando para a vulnerabilidade dos mais jovens, a proposta de Estratégia está em discussão entre as várias áreas governativas e deverá entrar em consulta pública em setembro, segundo o Ministério do Trabalho e Segurança Social. Grupo de trabalho criado para rever as regras do RSI terá também de apresentar propostas até final de setembroA comissão criada pelo Governo para elaborar uma proposta de Estratégia Nacional de Combate à Pobreza entregou o documento ao Executivo em dezembro, dois meses depois de ter sido constituída, e a proposta está agora a ser discutida entre as diferentes áreas governativas. “Prevê-se que entre em consulta pública no início de setembro”, indica ao Expresso o gabinete de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e da Segurança Social.
“A Estratégia Nacional de Combate à Pobreza está a ser desenhada em função das diferentes etapas do ciclo de vida das pessoas, com enfoque nos grupos-alvo mais vulneráveis e dando especial importância ao combate à pobreza infantil e juvenil, com o objetivo de quebrar ciclos de pobreza”, refere o Ministério.
A comissão é composta por vários especialistas dedicados aos temas da pobreza e das desigualdades, como os economistas Carlos Farinha Rodrigues ou Amélia Bastos, e é coordenada por Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O grupo ouviu várias entidades e instituições sociais antes de elaborar a proposta que foi apresentada ao Governo.
O objetivo é que este documento, inserido no âmbito do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, “apresente medidas concretas, cruzando diferentes instrumentos e dimensões de política pública”, e criando em particular “um quadro de monitorização único da evolução dos indicadores”.
PROPOSTAS DE REVISÃO DO RSI TAMBÉM EM SETEMBRO
Associado a este esforço e aproveitando os 25 anos da existência do Rendimento Social de Inserção (RSI), criado por lei a 29 de junho de 1996, o Governo também criou um grupo de trabalho para rever as regras da atribuição desta prestação social.
Segundo o Ministério da Segurança Social, o “trabalho de reflexão interna tem estado em curso” e a equipa que está a avaliar as regras “tem de apresentar as suas propostas ao Governo até final de setembro”. O grupo é constituído por representantes da Direção-Geral da Segurança Social (a quem compete a coordenação), do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), do Instituto da Segurança Social, do Instituto de Informática da Segurança Social e do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
“Poderão ainda ser convidadas a participar nos trabalhos personalidades de reconhecido mérito no âmbito do combate à pobreza e exclusão social, bem como outras entidades, como os parceiros sociais, os parceiros do sector social e solidário, representantes dos municípios ou membros da comissão responsável pela Estratégia Nacional de Combate à Pobreza.”