Cerca de 8,2 milhões de menores trabalham na América Latina e no Caribe, onde se está "longe" de erradicar o trabalho infantil, sobretudo, devido à pandemia de Covid-19, alertaram sexta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Unicef.
Segundo o novo relatório da OIT-Unicef, dos 8,2 milhões de menores que trabalho na região, a maioria são rapazes e 33% são raparigas.
Por setor, destaca-se o trabalho nas explorações agrícolas (48,7%), sendo que mais de metade das crianças realizam trabalhos considerados perigosos.
"A combinação entre a perda de empregos, o aumento da pobreza e o encerramento de escolas é a tempestade perfeita para a proliferação do trabalho infantil", considerou, citado pela EFE, o diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe, Vinicius Pinheiro.
Segundo este responsável da OIT, "o abandono escolar e a entrada prematura no mercado de trabalho reduzem a possibilidade de se conseguir melhores empregos no futuro, perpetuando assim a pobreza".
A OIT e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontaram ainda que a covid-19 está a "neutralizar os esforços" destas regiões para o cumprimento da meta de eliminar o trabalho infantil até 2025.
As duas entidades notaram que, apesar do trabalho infantil naquela região ter diminuído em 2,3 milhões entre 2016 e 2020, esta situação pode ser revertida face a pandemia de covid-19.
A pandemia de provocou, pelo menos, 3.775.362 mortos no mundo, resultantes de mais de 174,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.