21.6.10

Santos Silva: agenda da crise imposta por poderes ocultos

A.M., in Jornal de Notícias

O dirigente socialista Augusto Santos Silva considerou ontem, sábado, que a agenda da Europa contra o défice foi "imposta por poderes não democráticos" e "opacos".

A necessidade de reduzir mais rapidamente o défice e a dívida pública resulta de “uma agenda que foi imposta por poderes que não são democráticos, aliás muito opacos”, das instituições financeiras, “aos quais a Europa só conseguia resistir se a Alemanha estivesse comprometida com essa resistência”.

“Infelizmente não está”, disse o ministro da Defesa, no encerramento da convenção autárquica do Porto do Partido Socialista, confessando preferir a alternativa norte-americana, de prioridade à recuperação na economia com base no apoio ao investimento, apesar de apresentar um défice superior a 10% e de ser a economia mais endividada do mundo.

Mas “a questão essencial é que o projecto europeu vingue”, frisou. Seria “suicida se Portugal optasse por não seguir esta política” e “estaríamos em seríssimas dificuldades” se o défice que reportarmos em Março de 2011 for superior a 8%, acrescentou, num discurso em que criticou as propostas da Direita – e especialmente do PSD – de privatização da Saúde e de “institucionalização da precariedade dos jovens”.