in Diário de Noticías
A Junta de Freguesia de Vilar do Paraíso já ajudou 15 famílias no âmbito do projeto de apoio social "Paraíso Solidário" e prevê alargar brevemente o total de empresas patrocinadoras das atuais 24 para 40, revelou hoje o seu presidente.
Falando em Gaia à margem da apresentação do projeto, Elísio Pinto afirmou que o sucesso do "Paraíso Solidário" -- que prevê contribuições mensais entre 100 e 200 euros por parte das empresas locais aderentes para um "banco de donativos", a usar depois na solução de problemas sociais da freguesia -- resulta da sua orgânica bem estruturada e consequente credibilização.
Garantindo que todos os parceiros receberão periodicamente um "balancete analítico" sobre a aplicação das verbas e que a junta de freguesia será "a entidade fiscalizadora de todo o projeto", Elísio Pinto considerou que a iniciativa "tem todas as caraterísticas para chegar a todas as freguesias portuguesas".
O projeto terá a duração de dois anos e tem como prioritárias ações como o apoio à compra de medicação e óculos para a infância e terceira idade, pagamento de creches ou jardim de infância, material escolar, despesas correntes de renda, água ou luz, apoio em equipamentos/mobiliário e na recuperação de habitações.
A situação das famílias que requerem apoio é avaliada pela técnica social da freguesia, que, consoante o rendimento e despesas do agregado, define o acompanhamento a dar.
Presente na apresentação do projeto, o secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, destacou que a iniciativa resulta de uma "diferença de postura da sociedade face aos problemas": "Estamos a assistir a uma mudança de atitude coletiva de uma sociedade que desperta de forma sensível para os problemas dos seus vizinhos e conhecidos", sustentou.
Segundo referiu, num contexto de "emergência social", esta mudança de postura impõe-se porque, "sozinho, o Governo e as instituições públicas não são capazes de enfrentar os desafios".
"Por muito que o Estado invista no Estado Social, há sempre necessidade de uma sociedade mobilizada que não pode ser indiferente aos problemas de natureza social que a rodeiam", considerou, embora admitindo que cabe ao executivo estar "na primeira linha" e avançando como exemplos as decisões de aumento das pensões mínimas e de alargamento da rede de cantinas sociais.
Para Marco António Costa, iniciativas como o "Paraíso Solidário" não são "assistencialismo", mas o resultado do "inconformismo, pragmatismo, disponibilidade e vontade" dos seus promotores.
"O país precisa destes exemplos de uma sociedade mobilizada que acredita que pode fazer a diferença com a sua atitude e postura no dia a dia", rematou.