Empresas recorrem cada vez menos ao ‘lay-off’

Cristina Oliveira da Silva, in Económico

A MonteAdriano é uma das construtoras em ‘lay off’, já este ano, medida que faz parte de uma reorganização mais vasta.

Em 2011 houve uma quebra de 43,7% no número de trabalhadores abrangidos pelo ‘lay-off’. Patronato explica que as empresas já fizeram a sua reestruturação.

Em 2011, 282 estabelecimentos avançaram com processos de ‘lay-off', o que representa uma descida de 19% face a 2010. Já o número de processos caiu 22,5%, para 334. Da mesma forma, também houve menos trabalhadores abrangidos por processos de redução ou suspensão de horário. De acordo com os dados do Ministério da Economia, no ano passado, estavam 3.677 trabalhadores em ‘lay-off', menos 43,7% face a 2010. E a despesa do Estado nestes casos também caiu 18,8%, para quase 3,8 milhões de euros.

As confederações patronais acreditam que a quebra dos números pode ser justificada com reestruturações anteriores. "As empresas, nos últimos quatro, cinco anos, têm vindo a fazer reestruturações para se adaptarem. As que tinham de recorrer a estes mecanismos já recorreram", avança o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal. "As PME com capacidade de resistência já fizeram os seus processos de reestruturação" e muitas aguardam, agora, as novas regras de insolvência e o programa Revitalizar. Por outro lado, assiste-se ao desaparecimento de muitas microempresas, acrescenta António Saraiva.

José Carlos Pinto Coelho, da Confederação do Turismo Português (CTP), deixa a mesma ideia: "O que havia para fazer de ‘lay-off' já foi feito".

Os dados oficiais também revelam que o pico dos processos de ‘lay-off' aconteceu em 2009. Nesse ano foram criadas medidas anti-crise, incluindo apoios adicionais para empresas que optavam pelo ‘lay-off' (impedindo despedimentos) devido a quebras de procura e que apresentassem planos de formação. Em Março de 2010, o programa foi renovado para alguns sectores, mas foi revogado em Julho.