in Jornal de Notícias
A linha verde S.O.S. Lisboa, criada pela Câmara Municipal de Lisboa para alertar para situações de emergência social relacionadas com idosos isolados, registou 183 chamadas no primeiro mês de funcionamento - uma média de seis por dia.
Desde 7 de fevereiro, o primeiro dia desta campanha destinada a ajudar os serviços de ação social da autarquia a sinalizar os idosos mais vulneráveis, ligaram para o número gratuito 800 204 204 sobretudo mulheres, com uma média de idades de 77 anos e maioritariamente por volta das 16:00, indicou à Lusa o Gabinete de Ação Social da CML.
Das 183 chamadas recebidas por uma equipa que reúne elementos da Protecção Civil, Bombeiros Sapadores e Polícia Municipal -- que enviam uma equipa para o local sempre que necessário -- apenas 135 foram feitas de dentro de Lisboa e dessas, 106 tiveram atendimento técnico e três obtiveram socorro.
Esta campanha, criada depois de os números provisórios dos últimos Censos indicarem que 85 mil idosos vivem sós em Lisboa, de 79 terem morrido sozinhos em casa em 2011 e de já terem sido encontrados mortos 14 este ano, visa construir uma plataforma de sinalização georreferenciada dos idosos em risco, gerida pela CML e acessível aos parceiros da Rede Social de Lisboa.
Segundo os dados obtidos após um mês de funcionamento desta linha telefónica disponível 24 horas por dia, as freguesias com maior número de chamadas foram: São Domingos de Benfica (13), Santa Maria dos Olivais (12), Benfica (8), Alcântara, São Paulo e Santo Condestável (6).
Quanto à média de idades por freguesia, está também discriminada, liderando a lista a freguesia das Mercês (92 anos), seguida de São Miguel (91), Coração de Jesus (88), Penha de França e Santa Engrácia (86), Pena, Lapa, Campolide e Alvalade (84).
Na sessão de apresentação do projeto, a Câmara prometeu também "criar uma plataforma de georreferenciação, localizando idosos isolados com maior risco e prestar maior acompanhamento".
A vereadora do Desenvolvimento Social da Câmara de Lisboa, Helena Roseta, explicou que "todas as chamadas vão ser referenciadas" e que a plataforma a criar "vai ser enriquecida com vários dados" de diferentes parceiros, para que os idosos "possam ser reencaminhados para situações de emergência ou de ação social".
Este apoio poderá ser prestado pelos parceiros da rede social (Santa Casa da Misericórdia, freguesias ou instituições de solidariedade) ou pelo programa Ajuda Lisboa, que está ainda a ser concluído, e que contará com o trabalho dos voluntários da câmara e da Proteção Civil.