in Correio da Manhã
O desemprego no distrito de Braga "não pára de aumentar", atinge já 80 mil trabalhadores e a tendência "é para agravar", nomeadamente por causa da entrada em vigor das alterações ao Código do Trabalho, denunciaram fontes sindicais esta terça-feira.
Em conferência de imprensa, o coordenador da União dos Sindicatos de Braga (USB), Joaquim Daniel, sublinhou a "preocupação acrescida" pelo facto do aumento do número de pessoas sem trabalho no distrito se registar mesmo em época de Verão, "em que a tendência normal é a diminuição do desemprego, fruto do emprego sazonal".
"Por isso, a tendência é o desemprego continuar a agravar-se", referiu.
Em Maio, segundo a USB, o desemprego em Braga atingira o "máximo histórico" de 65.386 trabalhadores, o que já representava um aumento de 4.600 em relação ao mês anterior.
Segundo Joaquim Daniel, a situação do desemprego ainda se irá agravar mais com as alterações ao Código do Trabalho, que entraram em vigor a 1 de Agosto, "porque facilitam os despedimentos, tornando-os mais baratos".
José Maria Ferreira, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores, Pedreiras, Cerâmica e Afins da Região a Norte do Rio Douro, disse que este é um dos sectores mais afectados pelo desemprego.
Segundo afirmou, desde 1 de Janeiro de 2012 que o sector da construção já perdeu mais de 200 mil postos de trabalho, "60 por cento dos quais" na região abrangida por aquele sindicato.
"Ou há medidas fortes do Governo ou até meados de 2013 o sector da construção fica destruído", alertou.
Um quadro idêntico foi hoje traçado, na mesma conferência de imprensa, por vários outros dirigentes sindicais de sectores como metalurgia, comércio e serviços, transportes e ensino, que deixaram um apelo à "forte participação" na Marcha Contra o Desemprego, que começa a 5 de Outubro, em Braga, e vai percorrer todo o país, terminando em Lisboa, no dia 13.
A marcha é uma iniciativa da CGTP.