5.9.12

SOS Racismo denuncia prática de discriminação sobre ciganos no setor turístico

Autor: António Henriques, in PT Jornal

Uma denúncia ao SOS Racismo coloca a descoberto práticas discriminatórias sobre ciganos, por parte de uma empresa do sector turístico.

Segundo um comunicado divulgado pela SOS Racismo, a empresa em causa, que aluga apartamentos e vivendas para férias na região do Algarve, exige a clientes de etnia cigana uma caução de 10 mil euros para precaver eventuais danos nas instalações alugadas.

A empresa estará a pedir "a clientes em geral uma caução por cada habitação arrendada, caução essa que será devolvida no final do arrendamento caso o cliente não tenha causado danos à habitação”, pode ler-se no comunicado enviado pela SOS Racismo.

Porém, se se tratar de "clientes de etnia cigana", segundo esta entidade que luta contra a discriminação étnica, a empresa exige valores de caução específicos: 5 mil euros, “no mínimo”, para um apartamento e 10 mil euros para uma vivenda.

“Para todas as moradias e apartamentos é obrigatório os clientes deixarem uma caução à chegada para cobertura de eventuais danos ou estragos a depositar em dinheiro e que ser reembolsada ao cliente exclusivamente na sua saída e contra a entrega das chaves. No caso de serem detectados alguns estragos ou danos esses serão descontados da respectiva caução”, realça o comunicado da SOS Racismo, que cita as condições exigida pela empresa.

“Para clientes de etnia cigana, o valor do depósito para um apartamento é de no mínimo 5000 (cinco mil) euros e para uma vivenda: 10 000 (dez mil) euros”, refere.

A discriminação racial no “setor do turismo e da habitação não é nova”, segundo a SOS Racismo. Porém, “esta é uma das raras situações em que uma empresa afirma publicamente e por escrito, uma prática discriminatória incluindo-a no clausulado dos contratos que celebra com os seus clientes.