7.9.12

Países sob assistência financeira têm de fazer reformas, diz comissário europeu

in Jornal de Notícias

Os países sob programa de assistência financeira, como Portugal, precisam fazer "reformas e ajustamentos" que permitam a criação de emprego, afirmou, esta sexta-feira, em Bruxelas, o comissário europeu responsável pela pasta.

"Adaptar as competências ao mercado laboral é importante, mas não nos vai levar longe na ausência de medidas para criar emprego", afirmou o comissário László Andor, durante a apresentação das conclusões da conferência sobre Emprego organizada pela Comissão Europeia, que terminou, esta sexta-feira, na capital belga.

"Isto aplica-se à Grécia, à Irlanda e a Portugal, os países sob programa. Outras reformas e ajustes são necessários, mas devem ser concretizadas de uma forma socialmente sustentável", acrescentou o comissário europeu responsável pela pasta do Emprego.

László Andor sublinhou a necessidade de governos, instituições europeias e parceiros sociais trabalharem em conjunto no combate ao desemprego e defendeu que a criação de postos de trabalho deve ser tratada como "uma prioridade", porque emprego gera crescimento económico.

"A criação de emprego deve ser tratada como uma prioridade em si mesma, porque o emprego gera crescimento. Os países sob programa não podem simplesmente esperar que os empregos sejam gerados como resultados do crescimento e da procura externa", disse.

A conferência sobre Emprego, organizada pela Comissão Europeia, decorreu num momento em que se continua a assistir a uma escalada do desemprego na Europa.

De acordo com os mais recentes dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, o Eurostat, a taxa de desemprego fixou-se em julho passado nos 11,3% na zona euro e nos 10,4% no conjunto da União Europeia (UE), existindo atualmente na UE 25,254 milhões de pessoas desempregadas na Europa, 18 milhões das quais na zona euro.

Portugal, com 15,7%, é o terceiro país da UE com uma taxa de desemprego mais elevada, apenas atrás de Espanha (25,1%) e Grécia (23,1%), sendo também o terceiro país com uma taxa mais elevada de desemprego entre os jovens, que em julho se fixou nos 36,4%, muito acima da média da zona euro (22,6%) e da UE (22,5%).