in Público on-line (P3)
Portugal é o terceiro país da zona euro com mais jovens entre os 15 e os 24 anos desempregados, ficando atrás da Grécia (53,8 %) e da Espanha (52,9 %)
Portugal foi o terceiro país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde o desemprego mais cresceu desde Julho de 2011, aumentando 25,4 por cento para se fixar numa taxa de 15,3 por cento. E o segundo onde o desemprego jovem mais cresceu.
Os números foram divulgados esta quarta-feira, um dia antes da conferência da Comissão Europeia “Jobs for Europe”, que se realiza na quinta e sexta-feira em Bruxelas, e na qual participa o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.
Segundo a OCDE, em Julho de 2011, Portugal encontrava-se em 6.º lugar entre os 34 países que integram a organização, com uma taxa de desemprego de 12,2 por cento. Um ano depois, Portugal saltou para o 4.º lugar da lista, ficando atrás da Espanha (24,3 por cento), Grécia (22,9 por cento) e Irlanda (15,4 por cento).
Só a Grécia e a Itália tiveram um aumento do desemprego superior ao de Portugal entre Julho de 2011 e Julho de 2012 (36,3 e 35,6 por cento, respetivamente). Na União Europeia, a taxa de desemprego passou de 9,3 para os actuais 10,2 por cento, enquanto na zona euro a evolução foi mais negativa, com a taxa de desempregados a aumentar de 9,7 para 11 por cento.
Portugal foi também o segundo país da OCDE onde o desemprego jovem mais cresceu, passando dos 29,4 por cento registados em julho de 2011 para 36,4 por cento em 2012, ou seja um acréscimo de quase 24 por cento. Portugal é o terceiro país da zona euro com mais jovens entre os 15 e os 24 anos desempregados, ficando atrás da Grécia (53,8 por cento) e da Espanha (52,9 por cento).
Na Europa, cerca de 7,8 milhões de pessoas entre 15 e os 24 anos estavam desempregadas no primeiro trimestre deste ano, muito acima dos 6,9 milhões registados no mesmo período de 2007.
A OCDE sublinha que os dados sobre o desemprego de longa duração mostram um aumento significativo na maioria dos países. No primeiro trimestre de 2012, mais de 10 milhões de europeus estavam desempregados há um ano ou mais e quase seis milhões não tinham trabalho há mais de dois anos.
Nos EUA, o desemprego de longa duração triplicou desde o fim de 2007 e afecta actualmente um em cada três desempregados. Entre as maiores economias, só a Alemanha assistiu a uma queda no desemprego de longa duração, graças em parte a reformas estruturais implementadas antes da crise e iniciativas que ajudaram as empresas a manter os seus trabalhadores qualificados durante a crise.