5.9.12

Portugal terceiro país onde o desemprego mais aumentou

publicado por Luís Manuel Cabral, in Diário de Notícias

Portugal foi o terceiro país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde o desemprego mais cresceu desde julho de 2011, aumentando 25,4% para se fixar numa taxa de 15,3%.

Os números foram divulgados um dia antes da conferência da Comissão Europeia "Jobs for Europe", que se realiza na quinta e sexta-feira em Bruxelas, e na qual participa o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.

Segundo a OCDE, em julho de 2011, Portugal encontrava-se em 6.º lugar entre os 34 países que integram a organização, com uma taxa de desemprego de 12,2 por cento.

Um ano depois, Portugal saltou para o 4.º lugar da lista, ficando atrás da Espanha (24,3 por cento), Grécia (22,9 por cento) e Irlanda (15,4 por cento).

Só a Grécia e a Itália tiveram um aumento do desemprego superior ao de Portugal entre julho de 2011 e julho de 2012 (36,3 e 35,6 por cento, respetivamente).

Na União Europeia, a taxa de desemprego passou de 9,3 para os atuais 10,2 por cento, enquanto na zona euro, a evolução foi mais negativa com os desempregados a aumentarem de 9,7 para 11 por cento.

Portugal foi também o segundo país da OCDE onde o desemprego jovem mais cresceu, passando dos 29,4 por cento registados em julho de 2011 para 36,4 por cento em 2012, ou seja um acréscimo de quase 24 por cento.

Portugal é o terceiro país da zona euro com mais jovens entre os 15 e os 24 anos desempregados, ficando atrás da Grécia (53,8 por cento) e da Espanha (52,9 por cento).

Na Europa, cerca de 7,8 milhões de pessoas entre 15 e os 24 anos estavam desempregadas no primeiro trimestre deste ano, muito acima dos 6,9 milhões registados no mesmo período de 2007.

A OCDE sublinha que os dados sobre o desemprego de longa duração mostram um aumento significativo na maioria dos países.

No primeiro trimestre de 2012, mais de 10 milhões de europeus estavam desempregados há um ano ou mais e quase seis milhões não tinham trabalho há mais de dois anos.

Nos EUA, o desemprego de longa duração triplicou desde o fim de 2007 e afeta atualmente um em cada três desempregados.

Entre as maiores economias, só a Alemanha assistiu a uma queda no desemprego de longa duração, graças em parte a reformas estruturais implementadas antes da crise e iniciativas que ajudaram as empresas a manter os seus trabalhadores qualificados durante a crise.