in Jornal de Notícias
A iniciativa "Portugal Sou Eu", que é apresentada esta quinta-feira, tem por objetivo promover a produção nacional e o seu consumo, cujo aumento poderá ter impacto no emprego.
"Se no cabaz de compras de 100 euros de produtos importados passarem a ser comprados cinco euros de produtos Portugal Sou Eu, isto poderá ter um impacto, pelo menos, de 700 milhões de euros anuais na balança comercial", afirmou o secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira.
O governante acrescentou que os estudos do Ministério da Economia apontam para que por cada 1% de aumento de vendas das empresas com incorporação nacional haja "um impacto direto no curto prazo de 0,2% em termos de emprego e que pode chegar aos 0,7% no longo prazo".
A iniciativa "Portugal Sou Eu", a ser apresentada na Exponor, em Matosinhos, esta quinta-feira, vai incidir sobre três vertentes principais, segundo o secretário de Estado, dos consumidores às empresas, passando pelas entidades públicas.
O programa, que pretende ter 3000 produtos certificados até ao próximo ano, foi desenvolvido entre o Governo, a Associação Industrial Portuguesa, a Confederação dos Agricultores de Portugal, o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação e a Associação Empresarial de Portugal, que tinha lançado o programa "Compro o que é nosso".
"Acreditamos que se os consumidores fizerem compras de produtos que tenham maior incorporação nacional isso permitirá ajudar a manutenção de emprego e o crescimento das nossas empresas no mercado interno", afirmou Carlos Oliveira.
Para além do potenciamento de estruturas como a Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeia Alimentar, está prevista a criação de "plataformas de acompanhamento para indústrias representativas" com o propósito de interligar produtores a distribuidores e, por sua vez, a consumidores.
Segundo o secretário de Estado do Empreendedorismo, os produtos habilitados a receber o selo "Portugal Sou Eu" devem ter uma taxa de incorporação nacional igual ou superior a 50%, ainda que haja "alguns critérios de majoração" para produtos que fiquem aquém desse valor, mas que representem "valor acrescentado para o país".