3.4.13

Patrões querem "criar ilusões" ao adiarem para 2014 aumento do salário mínimo

in iOnline

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, criticou hoje as confederações patronais por quererem "criar ilusões” ao adiarem para 2014 o aumento do salário mínimo nacional, considerando que a subida é “um imperativo nacional”.

“Se fossemos atrás desta conversa, em 2014 dir-nos-ão que só em 2015 [o salário mínimo pode aumentar] e assim sucessivamente. As pessoas não se podem comportar assim e muito menos as organizações com responsabilidades das confederações patronais”, disse Arménio Carlos questionado sobre as declarações do presidente da CIP, António Saraiva, que considerou que a economia e as empresas só terão condições para aumentar o salário mínimo em 2014.

Para o líder da central sindical “não basta dizer que se está disponível para negociar o salário mínimo e sobretudo não basta dizer que se esta disponível para o fazer em 2014”, considerando que o aumento do salário mínimo “é um imperativo nacional” que tem que ser considerado pelas empresas e pelo Governo e deve ser discutido com rigor e responsabilidade.

“O que a CIP andou a dizer era que estava disponível para aumentar o salário mínimo. Quando foi confrontada com a necessidade de este aumento ter lugar este ano, já vem dizer que não é neste, mas no próximo ano. Não parece que esta seja a forma mais correta de dialogar sobre assuntos muito sérios”, sublinhou.

“Procurar uma mensagem de ilusão das pessoas pode-se tornar numa enormíssima frustração com resultados impensáveis”, acrescentou.

O secretário-geral da CGTP falava aos jornalistas no final de uma reunião com Confederação do Turismo Português (CTP), que remeteu declarações aos jornalistas no final da reunião com a UGT hoje (que se inicia às 15:00).

As confederações patronais e sindicais têm estado, nos últimos dias, reunidas no âmbito da preparação de uma posição consensual sobre o salário mínimo para apresentar ao Governo em sede de Concertação Social, de forma a pressionar o Executivo de Passos Coelho a levar este assunto às negociações com a ‘troika’ e a fazer cumprir o acordo tripartido que previa o aumento do salário mínimo para 500 euros até 2011.