in Jornal de Notícias
O abandono escolar em Portugal está a diminuir, mas um em cada quatro jovens entre os 18 e os 24 anos continua a deixar de estudar antes de terminar o ensino secundário, revela o relatório "Estado da Educação".
Na última década, o número de estudantes que deixou a escola antes do tempo diminuiu brutalmente: em 2001, quase metade dos jovens entre os 18 e os 24 anos (44,2%) não concluiu o 12ºano. Dez anos depois, a taxa de abandono desceu para 23,2% (menos 21 pontos percentuais).
Os números constam do relatório "Estado da Educação 2012 - Autonomia e Descentralização", divulgado esta semana pela presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), que saudou a redução da taxa de abandono precoce registada na última década mas lembrou que ainda há um longo caminho a percorrer.
"Não devíamos ter mais de 10% de pessoas a abandonar a escola, mas neste nível ainda temos 23%", lamentou a responsável do CNE, Ana Maria Bettencourt.
Ter menos de 10% de jovens a abandonar o ensino antes de terminar o secundário é a meta definida pelos países da União Europeia para 2020. Há dois anos, já havia onze países que tinham conseguido esse objetivo: Áustria, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Finlândia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Polónia, Republica Checa e Suécia.
Apesar da evolução registada na última década, Portugal ainda está dez pontos percentuais abaixo da média europeia.
Em Portugal, são os rapazes que deixam mais cedo a escola, embora também sejam eles quem tem feito um esforço maior para recuperar. Em 2001, mais de metade dos rapazes entre os 18 e 24 anos não tinha concluído o 12ª ano, enquanto em 2011 esse número baixou quase para metade (28,2% dos casos de abandono precoce). Entre as mulheres, houve uma redução de 36,7% para 18,1%, em dez anos.
O CNE considera que apesar dos "significativos progressos na prevenção do abandono escolar", Portugal ainda está longe das metas europeias.