in RFI
A Corte Europeia de Direitos Humanos anunciou nesta quinta-feira que condenou a Grécia por “segregação étnica” de estudantes ciganos. O país criou uma escola exclusivamente para esta população e gerou indignação dos juízes europeus que estabeleceram que as famílias envolvidas devem ser indenizadas.
A escola funcionava em Solfades, uma pequena cidade da Grécia cuja metade da população é formada por ciganos da etnia cigana rom. No ano escolar de 2009-2010, o local contava com quatro instituições educacionais; uma delas recebia somente estudantes roms. Alguns alunos ciganos moravam na região das outras escolas, mas eram obrigados a se deslocar até a instituição destinada a recebê-los. Além disso, estudantes gregos que habitavam perto da escola condenada pela Corte Europeia de Direitos Humanos, eram enviados a outros estabelecimentos educacionais.
Os juízes europeus avaliaram que a escola agiu de forma discriminatória e afetou o direito à educação. Eles estabeleceram que as autoridades gregas devem pagar cerca de mil euros (cerca de 2,7 mil reais) por danos morais às oito famílias ciganas que processaram o sistema escolar grego.
A Corte também informou que o ministério grego da Educação foi previamente notificado sobre a existência de segregação étnica em Sofades. As autoridades do país teriam reconhecido o problema e a necessidade de solucioná-lo, de acordo com os juízes. No entanto, a situação perdurou até o ano escolar de 2012-2013.
A Grécia já registrou casos similares de discriminação de ciganos outras duas vezes. A Corte Europeia de Direitos Humanos também condenou a República Tcheca, a Hungria e a Croácia por isolar crianças roms em salas de aula “especiais” e, em alguns casos, em grupos de estudantes portadores de deficiência mental.