11.6.13

Mais trabalho precário e menos rendimento pintam retrato atual de Portugal

in Jornal de Notícias

A população portuguesa empregada a tempo parcial era superior a 13% em 2011, percentagem mais elevada desde 1983. O mesmo estudo indica que mais de 1,5 milhões de reformados auferem menos do que o salário mínimo nacional. Filhos nascem mais tarde, cada vez se casa menos e ainda há 500 mil pessoas que não sabem ler nem escrever.

Pelo terceiro ano consecutivo, a base de dados Pordata.pt faz um retrato de Portugal com dados dos indicadores de 2011, que mostram que a duração média de trabalho semanal dos trabalhadores por conta de outrem era de 35 horas e dos empregadores de 46 horas.

Os dados indicam também que os montantes de empréstimos da banca a particulares estão em queda, enquanto os depósitos a prazo dos particulares estão a aumentar.

O rendimento médio disponível das famílias voltou a ser inferior a 30 mil euros, a partir de 2011, ano em que voltou a atingir um recorde histórico o número de pensionistas da segurança social com pensões inferiores ao salário mínimo, atingindo quase os 1,5 milhões de pessoas.

Segundo os indicadores, em 2011 existiam 3535422 pensionistas da segurança social e da Caixa Geral de Aposentações, representando 64% da população ativa.

Os funcionários públicos reformam-se, em média, aos 60 anos, e os trabalhadores do setor privado aos 62 anos.

De acordo com os dados da Pordata, 15% da população residente em Portugal tem idade inferior a 15 anos, enquanto 19% tem 65 anos ou mais, destes quase metade (48%) tem mais de 75 anos.

As mulheres optam por ter o primeiro filho perto dos 30 anos e os casamentos estão em queda, principalmente os católicos. No início dos anos 90, a maioria dos casamentos era de celebração católica e, atualmente, este tipo de celebração é inferior a 40%.

No tema "contas nacionais", os dados mostram que Portugal passou de uma situação de deflação em 2009 para inflação em 2010 e, em 2011, a inflação mais do que duplicou face ao ano anterior.

A dívida das administrações públicas, em percentagem do Produto Interno Bruto, ultrapassou os 100% em 2011 e já equivale a 124% em 2012.

Foi nas últimas eleições legislativas, em 2011, que se bateu o recorde histórico de abstenção desde 1975, assim como foi batido o recorde nas presidenciais desse ano.

Em 2011, a lotação máxima das prisões voltou a ser ultrapassada, o que já não acontecia desde 2006, e o número de processos pendentes nos tribunais judiciais continua a ser o dobro ao de processos findos.

Os dados referem ainda que 5% (cerca de 500 mil pessoas) da população portuguesa com 10 ou mais anos não sabe ler, nem escrever, e que o número de habitantes por médico e por enfermeiro diminuiu significativamente nas últimas décadas, além do número de enfermeiros ser superior ao número de médicos.