19.11.13

Economia mundial cresce menos do que o previsto e não passa os 2,7%

in Jornal de Notícias

A OCDE reviu em baixa as previsões para a economia mundial e espera agora um crescimento de 2,7% este ano e de 3,6% em 2014, alertando que a recuperação "continua modesta e desigual".

"A recuperação global continua modesta e desigual, com divergências persistentes na atividade [económica] tanto entre como dentro das economias avançadas e emergentes", de acordo com o 'Economic Outlook', divulgado, esta terça-feira, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE),

A revisão em baixa em 0,4 pontos face às previsões de maio (a OCDE antecipava um crescimento de 3,1% em 2013 e de 4% em 2014) deve-se sobretudo ao abrandamento do crescimento nas grandes economias emergentes, mas também às fragilidades do setor bancário da zona euro, à situação orçamental do Japão e às dificuldades políticas nos Estados Unidos quanto ao limite da dívida pública.

Assumindo que estes riscos negativos não se materializam, a OCDE considera que a atividade económica mundial e o comércio global vão retomar gradualmente ao longo de 2014 e de 2015.

No entanto, alertam os técnicos da OCDE, "é provável que o ritmo da recuperação permaneça modesto", com a taxa de desemprego a cair apenas 0,5 pontos percentuais em dois anos, para os 7,4% no final de 2015.

A OCDE defende que os países devem "apoiar a procura, ter em conta os riscos negativos consideráveis e corrigir os desequilíbrios passados", considerando que a política monetária terá de continuar a fixar taxas de juro baixas na maioria dos países da Organização nos próximos dois anos.

"No entanto, em algumas economias, vão ser precisas decisões sobre o tempo e a velocidade a que os estímulos monetários serão reduzidos", lê-se no documento que, considerando que os riscos negativos não se concretizam, recomenda que os Estados Unidos devem aumentar gradualmente as taxas de juro no início de 2015 e que o Reino Unido deverá fazer o mesmo mais tarde nesse ano.

Para a zona euro, a recomendação da OCDE é que, "nos próximos dois anos, a política monetária deve permanecer inalterada".

Em novembro, o Banco Central Europeu (BCE) baixou a taxa de juro de referência para os 0,25%. A taxa já estava em mínimos históricos de 0,5%, desde maio.