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O menor valor de renda, em termos médios, manteve-se no parque habitacional pertencente às autarquias locais (43 euros em 2001 e 85 euros em 2011)
A predominância de casa própria em vez do arrendamento foi notada entre 2001 e 2011, mas o paradigma pode estar a mudar, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
No seminário "O Parque Habitacional e a sua Reabilitação: Retrato e Prospetiva", a decorrer hoje em Lisboa, foi revelado que três em cada quatro casas são ocupadas pelos proprietários.
Na apresentação “Casa própria ou arredamento: perfil da ocupação residencial em Portugal", Bárbara Veloso, do INE, notou, porém, com base em dados do Banco de Portugal, uma tendência para a diminuição de créditos para a compra de casa e aumento do incumprimento.
Bárbara Veloso comentou, ainda, a mobilidade das pessoas, nomeadamente a nível profissional, para ser colocada a hipótese de mudança do paradigma.
As regiões de Lisboa e do Porto tinham uma maior proporção de ocupação por arrendatários, mas foi a região dos Açores que registou a taxa de crescimento mais elevada do número de alojamentos arrendados.
Segundo os dados disponibilizados, a proporção de alojamentos arrendados situava-se nos 19,9%, apesar de um aumento de 7,3% entre 2001 e 2011, o “peso dos alojamentos arrendados no total de alojamentos familiares clássicos manteve-se, em 2011, semelhante ao de 2001”.
Assim, Portugal, com 73%, estava entre os países com maior proporção de alojamentos ocupados por proprietários na União Europeia, que tinha uma média de 70%.
A maioria dos alojamentos arrendados era, em 2011, propriedade de particulares ou de empresas privadas.
O valor médio mensal das rendas registou um aumento, passando de 123 euros em 2001 para 235 euros em 2011, mas que numa análise a preços correntes de 2011 corresponde a uma variação de 50,6%.
“Apesar disso, o valor médio dos encargos mensais com a habitação própria manteve-se superior, passando de 291 euros em 2001 para 395 euros em 2011 (a preços correntes de 2011 corresponde a uma variação de 7,3%)”.
Os alojamentos arrendados propriedade de particulares e de empresas privadas eram os que, em termos médios, tinham rendas mais elevadas, tanto em 2001 como em 2011 (140 euros em 2001 e 262 euros em 2011).
Em contrapartida, o maior acréscimo no valor das rendas, verificado no período de 2001 a 2011, ocorreu no parque
habitacional público pertencente ao Estado, institutos públicos autónomos e instituições sem fins lucrativos (119,2%, que correspondeu a um acréscimo em valor absoluto de 58 euros).
O menor valor de renda, em termos médios, manteve-se no parque habitacional pertencente às autarquias locais (43 euros em 2001 e 85 euros em 2011).