Hugo Franco e Rui Gustavo, in Expresso
PJ deteve três romenos suspeitos de trazerem para Portugal 60 compatriotas para a apanha da azeitona. Prometiam-lhes 30 euros diários mas não terão pago nada.
Os imigrantes romenos viviam em condições sub-humanas, passavam fome e nem sequer recebiam o dinheiro combinado pelo trabalho na vareja dos olivais Tiago Oliveira Os imigrantes romenos viviam em condições sub-humanas, passavam fome e nem sequer recebiam o dinheiro combinado pelo trabalho na vareja dos olivais
Chegaram a Portugal no dia 1 de novembro, com a promessa de 30 euros por dia na apanha da azeitona em várias explorações agrícolas em Serpa e Mértola, no Alentejo. Dois dias depois, os romenos estavam na GNR a apresentar queixa contra três compatriotas. Afinal, contaram, viviam em condições sub-humanas, passavam fome e nem sequer recebiam o dinheiro combinado.
Ontem, elementos da Diretoria do Sul da PJ detiveram os três suspeitos que estão neste momento a ser interrogados no Tribunal de Serpa. De acordo com uma fonte policial, terão contratado 60 compatriotas que vieram para Portugal em transportes disponibilizados pela organização. Quando chegaram, ficaram sem passaporte.
Os três detidos têm idades entre 22 e 33 anos e o mais velho é casado com uma portuguesa e vive em Portugal há vários anos. Estão todos indiciados de um crime de tráfico de seres humanos, mas nenhum tem cadastro policial.
No ano passado houve um episódio semelhante envolvendo centenas de trabalhadores que também terão sido enganados.