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“O ato de maltratar tem-se vindo a aperfeiçoar. É mais requintado e perverso, com marcas mais difíceis de identificar e difíceis de lidar para os próprios técnicos”
Os maus tratos às crianças são cada vez mais requintados e perversos e com marcas difíceis de identificar, mesmo para os próprios técnicos, revelou hoje um elemento de um núcleo de apoio a crianças e jovens em risco.
Rute Santos, membro do Núcleo hospitalar de apoio a crianças e jovens e risco no Hospital Dona Estefânia, falava durante o Congresso de Serviço Social do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), sobre o tema dos maus tratos.
A especialista revelou que o ato de mau tratar é cada vez mais escondido e um desafio para os técnicos que recebem e encaminham estes casos.
“O ato de maltratar tem-se vindo a aperfeiçoar. É mais requintado e perverso, com marcas mais difíceis de identificar e difíceis de lidar para os próprios técnicos”, afirmou.
Apesar do aumento da gravidade dos casos, o seu número baixou entre 2008 e 2012: de 169 para 122.
Sobre o tema deste congresso – “O serviço social em contexto de crise” – Rute Santos alertou para o facto de as crianças perceberem a crise, que “é também de valores e da organização da família”.
“As crianças têm noção que a vida delas mudou e têm dificuldade em aceitar isso”, disse.