4.4.14

Socialistas querem políticas para combater "inaceitável pobreza"

in Notícias ao Minuto

A presidente do PS, Maria de Belém, defendeu hoje políticas integradas para combater a "inaceitável pobreza" em Portugal, começando pelo aumento do salário mínimo.

A antiga ministra da Saúde falava na sede do partido, em Lisboa, após um encontro de dirigentes socialistas com representantes da Rede Europeia Anti-Pobreza, entre os quais o padre Jardim Moreira, que considerou um "bom desejo" a promessa feita quarta-feira pelo líder socialista, António José Seguro, de retirar das ruas as pessoas sem-abrigo numa legislatura.

"É uma questão de civilização e de democracia. Pessoas pobres e cada vez mais pobres estão impedidas de exercer os seus direitos e deveres. Uma das primeiras medidas que deveriam ser tomadas contra a pobreza em Portugal - que os últimos números nos dizem ser um fenómeno cada vez mais enraizado, alargado e preocupante, e que deve ser atacado com políticas integradas - é aumentar o salário mínimo nacional", defendeu Maria de Belém.

A também deputada do PS citou estatísticas do Instituto Nacional de Estatística "relativas à dimensão absolutamente escandalosa e inaceitável da pobreza em Portugal", estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, "que aconselham o país a não cortar mais nas prestações sociais" e até o presidente da Comissão Europeia, o português e social-democrata Durão Barroso.

"Até disse, numa entrevista este fim de semana, que aconselhou o Governo a não ir longe de mais. Pelos vistos, conselho que o Governo não respeitou e não seguiu", criticou.

Por sua vez, o representante da REAP alertou para a dificuldade no acompanhamento e apoio aos sem-abrigo, nomeadamente numa cidade como a capital portuguesa, por comparação com o Porto, onde já tem experiência.

"Acho um bom desejo e compromisso, naturalmente que as estratégias e os meios a ter em conta não serão fáceis. As nossas possibilidades governamentais não são assim muito alargadas. É necessário que as instituições privadas também participem. Não depende só de um partido ou de um Governo", afirmou Jardim Moreira.