19.11.20

Voluntários do Politécnico de Bragança ajudam alunos carenciados

Por Afonso Sousa,  in TSF

O Politécnico de Bragança está a angariar bens e roupas para ajudar alunos carenciados. Com a pandemia e todas as restrições inerentes, o número de estudantes que necessitam de alguma ajuda aumentou. Este ano não houve a habitual praxe solidária, e o programa de voluntariado do Instituto pôs mãos à obra, e está a criar uma banco de alimentos e roupas para ajudar durante todo o ano.

Diana Amorim é de Vila Praia de Âncora, estuda Tradução de Espanhol e Inglês, e resolveu separar algumas roupas. "À procura de calças para depois podermos dividir o que é de homem e o que é de mulher. Sempre quis fazer parte duma ação de voluntariado, agora tenho bastante tempo livre e achei melhor juntar-me e fazer alguma coisa de útil com o meu tempo livre e ajudar."

Ao lado, com a devida distância de segurança, Cindia da Veiga, cabo-verdiana, estudante do segundo ano de Tecnologia Biomédica. Tem razões para querer ajudar. "É que eu sei que há muitas pessoas que passam por dificuldades e é por isso que estou aqui, para ajudar. Quando cheguei aqui, no ano passado, não tive tanta ajuda assim, e sinto-me bem a ajudar os outros."

Na mesma sala, no segundo andar do Centro Social do Santo Condestável, ao lado do castelo de Bragança, ajuda também a polaca Ionela. Estuda Relações Internacionais. "Sempre quis ser voluntária e estou muito satisfeita por poder ajudar nisto."

Ouça a reportagem do jornalista Afonso de Sousa.

A recolha de bens e roupas começou a semana passada em todas as escolas do Politécnico. O padre Calado Rodrigues é o capelão da instituição e responsável pelo voluntariado. À entrada do centro social explica como tudo vai funcionar.

"Até para não provocar tanta interação, os alunos registam-se (numa plataforma digital), pedem os alimentos que mais necessitam e depois vêm aqui levantar. Os voluntários estão aqui, neste primeiro gabinete onde têm já os alimentos preparados para levarem. As roupas estão em cima porque têm que entrar e escolher".

O padre espera que a comunidade continue a contribuir ao longo do ano. "Para também não termos grande avolumar de géneros, agora no início do ano e depois termos falta mais para a frente".

Para a frente andou a criação deste banco de bens ainda que com muito menos voluntários. Anabela Martins, da direção do IPB, realça a solução, criada depois de não ter havido a praxe solidária que colmatava essas necessidades.

"E, em contrapartida, o número de pessoas que ficaram em situações mais complicadas, aumentou. Estamos a tentar criar um banco alimentar e de roupas para quem tenha mais dificuldades agora, quer inerentes à sua condição económica quer sobretudo na sequência da pandemia, possam recorrer e não passar mal".

No ano passado foram ajudados 120 alunos. Por todas as contingências, este ano o número será ultrapassado.