12.4.21

Gestão de pessoas e sustentabilidade

in Sapo

Helga Piçarra, Senior Consultant EY, People Advisory Services, explica como é que a gestão de pessoas e a sustentabilidade se relacionam na prática.

Nos dias de hoje, são cada vez mais crescentes os diálogos e iniciativas sobre economia circular, diminuição na produção de lixo e outras temáticas ecológicas. Se no passado, estes temas passavam ao lado, atualmente, fazem parte da agenda estratégica de governos, com objetivos e metas bem definidas. Neste sentido, é justo afirmar que a orientação para a sustentabilidade é um tema que deve ser incorporado nas organizações, quer em termos de negócio, quer em iniciativas de boas práticas organizacionais.

No entanto é importante relembrar que o conceito de sustentabilidade é muito abrangente e não envolve apenas preocupações ecológicas – apesar de estas estarem no epicentro. A sustentabilidade no mundo corporativo pode englobar iniciativas simples, como a saúde e bem-estar psicológico do colaborador; a inclusão de todos os colaboradores através de sessões de brainstorming ou planeamento para tomada de decisões estratégicas e participação das organizações em debates públicos através de projetos de responsabilidade social.

Considerando que são os colaboradores o “asset” mais importante de uma organização, é fundamental que estas mudanças comecem internamente. Diante disto, a área de Recursos Humanos não só pode, como deve tomar a dianteira, assumindo para si a responsabilidade na implementação e / ou fortalecimento de uma cultura de sustentabilidade.


"É essencial que a liderança esteja alinhada e seja o principal parceiro da área de Recursos Humanos, no desenvolvimento e desdobramento interno de políticas que promovam a sustentabilidade.”

Mas na prática, como é que a gestão de pessoas e a sustentabilidade se relacionam?
Diminuição do uso de papel: incentivo a digitalização dos documentos e digitalização de arquivos;
Promoção do teletrabalho: para as organizações, o teletrabalho tem impacto como a redução dos custos de energia elétrica, de telefone, água, produção de resíduos. Para os colaboradores, os benefícios estão associados à eliminação de deslocamento que pode ser traduzido em redução de custos de transporte, alimentação e maior qualidade de vida. Entretanto, é essencial que para adotar este formato, as organizações garantam os recursos necessários para que o colaborador possa exercer o seu trabalho remotamente;
Formações em e-learning: redução de custos de deslocação, construção de cursos à medida, maior número de participantes;
Substituição de utensílios de plástico por produtos reutilizáveis, por exemplo copos para beber café e água;
Programas de voluntariado: promoção de ações de responsabilidade social, que têm um impacto direto na comunidade local;
Programas de bem-estar: promover o acesso a apoio psicólogo, sessões de mindfullness, e outras práticas que servem de apoio à saúde mental;
Políticas de inclusão e diversidade: é importante que as organizações representem a realidade da comunidade onde está inserida para que na sua tomada de decisões, sejam considerados diferentes pontos de vista. Tal ação poderá resultar numa organização com níveis de engagement positivos e consequentemente mais produtiva.



Ainda assim, de forma a garantir um total comprometimento de toda organização, é essencial que a liderança esteja alinhada e seja o principal parceiro da área de Recursos Humanos no desenvolvimento e desdobramento interno de políticas que promovam a sustentabilidade.

Além do impacto ambiental, os benefícios variam entre redução de custos, aumento da reputação da organização, atração e retenção de talentos, entre outros.

A sustentabilidade é um tema urgente e é imperativo que não seja vista como um tema pontual, mas sim como um investimento sério em que os principais beneficiados não são apenas os colaboradores, mas a sociedade em geral!

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