in Expresso
Sindicatos e patrões divergem sobre propostas do PS de semana de trabalho de quatro dias e aumento do salário mínimo para 900 euros, de acordo com o jornal “Público”
Nas suas linhas estratégicas para os próximos quatro anos, o Partido Socialista apresentou duas propostas principais na área do trabalho: uma semana laboral mais curta e o aumento do salário mínimo nacional para 900 euros. Segundo o jornal “Público”, os sindicatos reagiram pedindo propostas concretas, em vez do que consideram “discussões em torno de ideias”, enquanto os patrões pedem “um manual de instruções”.
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, diz que “prometer e lançar ideias para o ar é fácil”, mas considera que o “difícil é encontrar formas de o concretizar”. A CIP diz não entender como é que o Governo “diz que não há condições para aumentar os salários da Função Pública mais do que 0,9% porque os indicadores macroeconómicos – citando a ministra da Administração Pública – não o permitem”, mas espera que nos próximos quatro anos “esses fatores macroeconómicos se alterem tão substancialmente” que permitam ajustes salariais de 20%. António Saraiva considera que se trata de um “tema importante”. “É evidente que afeta a vida dos trabalhadores e das suas famílias. Mas também afeta as organizações das empresas em múltiplos domínios.”
Já a secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Isabel Camarinha, afirma que o PS “teve todas as condições nesta legislatura para aumentar muito mais o salário mínimo” e para “alterar um conjunto de opções que levaram ao modelo de baixos salários, precariedade e horários longos e desregulados”. A CGTP defende que é “uma ideia que poderá ser estudada”, mas querem que o PS seja mais concreto. “O PS anteriormente já apresentou outras propostas que nunca viram a luz do dia porque também estavam sujeitas a grupos de trabalho e estudos que nunca tiveram concretização”.