A deslocalização das comunidades ciganas, em Grijó, Gaia, para um novo empreendimento, custeado pela autarquia, vai sofrer uma derrapagem nos prazos. Tudo isto porque nenhuma empresa aceitou o valor base, de 3,5 milhões de euros, para a construção das casas. Assim, o projeto, que devia começar a ser executado em 2022, deverá sofrer um atraso de um ano.
A explicação foi dada, esta segunda-feira, pelo vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, após a reunião camarária. Se tudo tivesse corrido como o previsto, a obra teria início este ano. Porém, entre o valor base e as propostas das construtoras registam-se diferenças de "cerca de dois milhões de euros".
O processo "começou há quatro anos" e os preços do mercado estão desajustados. O encarecimento das matérias-primas é disso exemplo. Por isso, o município vai lançar um "novo concurso", quase de certeza com um valor diferente, o que está previsto que aconteça "dentro de um mês".
A deslocalização e o realojamento das duas comunidades ciganas compreende "entre 32 a 33 fogos", a edificar no terreno da antiga fábrica de madeiras da Feiteira. Patrocínio Azevedo falou em "reabilitação" e acentuou que não serão construídas apenas casas, mas também salas de apoio, para técnicos da Câmara e das IPSS, pois todo o projeto foi elaborado para ir de encontro às necessidades dos ciganos.
Em relação ao Centro de Congressos, o processo já vai longo, mas o "vice" da Câmara adiantou que "em breve será apresentada a versão final, da autoria do arquiteto Souto Moura".
Foi constituída uma "unidade de execução" para os últimos acertos e a operação urbanística será aproveitada para regenerar "todo o quarteirão", que vai desde o edifício do tribunal até muito próximo da linha férrea, em General Torres.
Esta segunda-feira soube-se que estão previstas várias entradas, uma pela Rua Cândido dos Reis e outra pela Rua Conselheiro Veloso da Cruz. Uma outra servirá "o hotel e o estacionamento". Os donos da parcela de terreno entre o tribunal e o Centro de Congressos também participam na unidade de execução.
Quanto à retirada do fibrocimento dos estabelecimentos de ensino vai cumprir-se a última etapa. "No começo do próximo ano letivo não haverá amianto nas escolas de Gaia". A promessa foi deixada por Patrocínio Azevedo. Agora foi aprovado o último pacote de escolas para a retirada. No total, para a empreitada no concelho, serão gastos seis milhões de euros. "Só dois são comparticipados", observou.