9.2.22

Portugueses são os mais preocupados com a promoção da saúde pública na UE

Rita Siza, in Público on-line

Dados do Eurobarómetro de Outono mostram que os portugueses entendem que o combate à pandemia, a luta contra a pobreza e a exclusão social, e o apoio à economia e emprego devem ser as prioridades da acção política europeia. No Norte da Europa, e entre os jovens, a maior preocupação são as alterações climáticas.

Sem surpresa, no final de 2021, o combate à pandemia mantinha-se no topo das preocupações dos cidadãos de onze países da União Europeia, entre os quais Portugal, onde uma expressiva maioria de 72% (o valor mais elevado em toda a UE) considera que a promoção da saúde pública deve ser a principal prioridade para a acção política das instituições europeias no futuro próximo, como revelam os dados do Eurobarómetro de Outono, divulgados esta terça-feira.

Segundo o estudo de opinião encomendado pelo Parlamento Europeu, e realizado entre 1 de Novembro e 2 de Dezembro do ano passado, os portugueses entendiam que, no actual contexto da crise sanitária e social, as atenções dos dirigentes e parlamentares europeus deveriam estar focadas na luta contra a pobreza e exclusão social (61%) e nos apoios à economia e ao emprego (60%) — que são as principais preocupações em cinco Estados-membros da UE, nomeadamente a França ou o Luxemburgo.

Em oito países, quase todos do Norte da Europa, e nas camadas mais jovens da população, é o combate às alterações climáticas que é apontado como a principal prioridade para a acção política da UE — que, em todos os 27 Estados-membros, sem excepção, é avaliada positivamente por mais de metade dos inquiridos. Em Portugal, 67% confirmaram ter uma imagem positiva da UE, e 88% consideraram que a integração no bloco comunitário beneficia o país.

A Itália e a Espanha, que são os maiores beneficiários do fundo de recuperação “Próxima Geração UE”, foram dois dos doze países onde mais cresceu a percepção das vantagens de pertencer à UE no ano passado. A cooperação entre países, o crescimento económico e as oportunidades são, a par da paz e segurança, as razões que estão por detrás da satisfação dos cidadãos com a UE.

Segundo o Eurobarómetro uma maioria de 58% dos inquiridos mostra interesse em seguir a actividade legislativa de Bruxelas, enquanto 44% admite ter pouco ou nenhum interesse em acompanhar a política europeia. Mas quatro em cada dez dizem que gostariam de obter mais informação sobre a forma como os fundos comunitários são gastos no seu país, e três em dez gostariam de perceber melhor quais são as consequências concretas das decisões tomadas em Bruxelas na sua vida.

As questões ligadas à segurança e protecção das fronteiras, migrações e asilo ou combate ao terrorismo e crime organizado figuram no meio da tabela das preocupações dos europeus, que gostavam de ver o Parlamento Europeu assumir o papel de defensor dos valores da democracia e da liberdade, bem como protector dos direitos humanos e do Estado de direito na UE e no mundo.