9.2.22

Eurobarómetro. Portugueses e europeus veem saúde pública e combate à pobreza como prioridades

in RTP

Após mais um ano marcado pela pandemia da covid-19, uma grande maioria de portugueses considera que a saúde pública deve ser uma prioridade fundamental do Parlamento Europeu. Outros temas considerados centrais para os portugueses são a pobreza, as alterações climáticas, a economia e o emprego, sendo Portugal um dos países mais pró-europeus da UE. As conclusões são apresentadas no Eurobarómetro de outono de 2021 do Parlamento Europeu, realizado nos meses de novembro e dezembro nos 27 Estados-membros da União Europeia.

De acordo com o Eurobarómetro conhecido esta terça-feira, 72 por cento dos portugueses identificam a saúde pública como a principal prioridade para o Parlamento Europeu. Seguem-se a luta contra a pobreza e exclusão social (61 por cento), os apoios à economia e emprego (60 por cento) e ainda as medidas contra as alterações climáticas (41 por cento).

A nível geral, 42 por cento dos europeus consideram que a saúde pública deve ser prioritária, seguida também da luta contra a pobreza e exclusão social (40 por cento), medidas contra as alterações climáticas (39 por cento) e apoio à economia e emprego (32 por cento).
Democracia é prioridade para os europeus

Quanto aos valores a defender no âmbito geral, os europeus defendem como principais valores a democracia (32 por cento), a liberdade de expressão e pensamento (27 por cento) e a proteção dos direitos humanos à escala europeia e mundial (27 por cento).

Tal como na tendência europeia, 11 Estados-membros colocam a defesa da democracia em primeiro lugar (Suécia, Alemanha, Finlândia, Itália, Dinamarca, Áustria, Luxemburgo, Malta, Polónia, República Checa e Hungria). Nestes dois últimos países, a proteção dos direitos humanos também surge em primeiro lugar.

"Como corretamente assinalado pelos cidadãos, a defesa da democracia é o valor mais importante, acima de qualquer outro. Não podemos tomar a democracia como garantida; extremismos, autoritarismos e nacionalismos são hoje ameaças ao nosso projeto europeu comum”, refere a presidente do Parlamento Europeu recentemente eleita, a maltesa Roberta Metsola, no comunicado enviado às redações pela representação portuguesa da União Europeia.

Ainda quanto aos valores, os portugueses consideram que o mais importante é promover a igualdade entre mulheres e homens (32 por cento), a solidariedade entre Estados-membros (30 por cento) e a proteção dos direitos humanos a nível da União Europeia, mas também global (27 por cento). Quanto à defesa da democracia, 19 por cento dos portugueses consideram que esse é um valor prioritário da UE.

Portugueses com perceção positiva da UE

Ainda de acordo com este Eurobarómetro, os portugueses continuam a ser dos europeus com imagem mais positiva do Parlamento Europeu (47 por cento), apenas atrás da Irlanda (62 por cento) e da Suécia (48 por cento). Os franceses são os que têm pior imagem da instituição, com apenas 22 por cento a assumir que tem uma boa perceção.

Há mesmo 67 por cento de portugueses que gostaria de ver o Parlamento Europeu a desempenhar um papel mais importante, sendo a média europeia de 58 por cento.

Também sobre a União Europeia, os portugueses estão no topo dos Estados-membros que olham de forma positiva para a instituição, ocupando o segundo lugar logo após a Irlanda.

A grande maioria dos cidadãos europeus (62 por cento na União Europeia, 77 por cento em Portugal) encara de forma favorável a pertença do país à instituição. Em temas concretos, os portugueses apontam para os contributos da União Europeia para o crescimento económico (40 por cento), a cooperação entre os outros países da UE (32 por cento) e a possibilidade de ter uma voz mais forte no mundo (30 por cento).

Na média europeia, os países destacam a melhoria na cooperação com outras nações dentro da UE (32 por cento), a manutenção da paz e reforço da segurança (30 por cento) e o contributo para o crescimento económico do país (30 por cento).

O barómetro foi realizado com 26.510 entrevistas, distribuídas de forma ponderada pelos países de acordo com a dimensão da população. Em Portugal foram realizadas 1.004 entrevistas para elaboração do inquérito.