22.2.22

Carestia, pobreza e desigualdade motivam jornada de mobilização na Colômbia

in Abril

A Central Unitária dos Trabalhadores e o Comité da Greve convocaram uma mobilização nacional para 3 de Março, denunciando a carestia de vida e o assassinato sistemático de dirigentes sociais no país.

A convocatória, anunciada esta semana, foi realizada tendo em conta «a gravidade dos factos económicos, políticos e sociais que o nosso país vive, entre os quais se encontram as ameaças sistemáticas, a estigmatização e o assassinato de dirigentes sociais e sindicais», disse Francisco Maltés, presidente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT).

Em declarações divulgadas pela imprensa, o dirigente sindical referiu-se igualmente à «carestia» que é «patrocinada e promovida» pelo governo de Iván Duque.

A inflação na Colômbia, de acordo com dados do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (Dane), alcançou um novo máximo em cerca de cinco anos, atingindo 6,94%, acima da meta anual de 3% estabelecida pelo Banco Central.

Num comunicado emitido esta quinta-feira, a CUT, que convoca o povo colombiano a participar em concentrações dia 3 de Março, ao meio-dia, em todas as cidades, afirma que o número de pobres aumentou na Colômbia, havendo hoje 22 milhões de pessoas em situação de pobreza.

Destaca ainda a elevada desigualdade que prevalece no país sul-americano, onde o desemprego atinge «13,7% da população activa e a informalidade laboral ultrapassa os 60%».

O governo de Iván Duque é responsável pela carestia de vida e pela inflação, quando aumenta os serviços públicos domiciliários em mais de 11% e a gasolina em mais de 10%, «valor altíssimo em relação à inflação média», denuncia a CUT.

A central sindical também acusa o governo de estimular a especulação, autorizando taxas de juros próximas dos 27%, além de não controlar a taxa de desvalorização do peso face ao dólar.

No entender da CUT, o anúncio com pompa e circunstância, por parte do governo de Duque, de que o crescimento económico da Colômbia, em 2021, foi de 10,6% remete para um «número importante que não resolve nenhum dos graves problemas sociais do país».

«Sempre que o crescimento económico não abrange todos os sectores sociais […], estes lucros ficam nos bolsos dos mega-ricos», sublinhou.