in Dinheiro Vivo
Cerca de 50 mil trabalhadores do setor da construção têm salários em atraso, estimou hoje o dirigente da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM), Sérgio Graça.
"Todos os dias surgem novas situações" de trabalhadores com salários em atraso, afirmou Sérgio Graça, que hoje foi ouvido na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, no âmbito de um requerimento apresentado pelo PCP.
O sindicalista disse que há empresas que "têm subsídios de férias e Natal com dois e três anos de atraso".
À margem da audição, Sérgio Graça disse aos jornalistas que o número de trabalhadores com salários em atraso deverá rondar os 50 mil, sublinhando tratar-se de uma estimativa para um número difícil de contabilizar, porque está sempre a oscilar.
O sindicalista referiu algumas das grandes empresas do setor da construção que têm actualmente salários em atraso, como a Edifer, a Abrantina e a FDO, e destacou o caso da Construtora do Tâmega, afirmando que a empresa tem 30 trabalhadores na Mauritânia com salários em atraso.
O dirigente sindical destacou ainda o aumento do número de acidentes na construção, referindo que, nos dois primeiros meses deste ano, foram registadas 13 mortes no setor.
Antes da FEVICCOM, os deputados da comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas ouviram os presidentes da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), Ricardo Pedrosa Gomes, e da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos.
Estes dois responsáveis chamaram a atenção para os problemas que enfrentam as empresas do setor da construção e do imobiliário, nomeadamente o desemprego e as insolvências.
O presidente da FEPICOP afirmou que, durante este ano, o setor pode perder mais 12 mil empresas, referindo que atualmente encerram 14 empresas por dia.