in Jornal de Notícias
O Conselho Português para os Refugiados só tem dinheiro até ao final de março e está a aguardar que o Ministério da Administração Interna aprove um apoio de 150 mil euros.
"Neste momento, o Conselho Português para os Refugiados (CPR) não dispõe de mais dinheiro para cumprir as obrigações com os refugiados", afirmou à Lusa a presidente, Teresa Tito Morais, adiantando que, a partir de abril, o conselho deixa de ter dinheiro para pagar os quartos, pensões e habitações onde estão refugiados.
Teresa Tito Morais disse que o CPR pediu ao Ministério da Administração Interna (MAI) um "reforço financeiro", no valor de cerca de 150 mil euros, para fazer face à situação que, segundo explicou, "já se vem a acumular desde novembro de 2011".
Desde esta data, "a Santa Casa da Misericórdia decidiu não mais receber pessoas que tinham autorização de residência provisória e, por outro lado, houve um aumento de pedidos de asilo, que não é alarmante".
O CPR ficou com "um número elevadíssimo de pessoas que não queria pôr na rua e tive de colocá-los em pensões, quartos e habitações", explicou Teresa Tito Morais, sublinhando que, "partir do próximo mês, o conselho já não tem possibilidade" de pagar estes alojamentos.
O CPR apoia 130 pessoas - 40 estão em quartos e casas arrendadas e 90 estão no centro -, entre as quais crianças, grávidas e alguns idosos.
O CPR recebe financiamentos anuais do Fundo Europeu para os Refugiados, que conta com uma comparticipação de 25% do MAI e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e tem um acordo com o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, que foi criado para 34 utentes.
"Fizemos um apelo à sociedade civil para comparticipar com géneros alimentícios para que as pessoas não passem fome, em especial as crianças", salientou a presidente do CPR, que acredita que o "MAI irá certamente tomar uma posição urgente sobre esta situação".